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55 anos da Federação

Apesar das medidas do governo, bancos reduzem previsão para crédito

Após uma série de medidas tomadas pelo governo para aumentar a circulação de crédito, os bancos foram na contramão e reduziram novamente suas previsões de empréstimos para 2009. Segundo a Pesquisa Febraban de Projeção e Expectativas de Mercado, o crescimento do volume de crédito neste ano seria de 16,18%. A previsão de dezembro do ano passado era de crescimento de 18,19%, e de 18,64% na de novembro.

 

Para os representantes dos bancários, os bancos não estão cumprindo sua parte para ajudar o Brasil a superar a crise financeira internacional. Começou mais uma temporada de divulgação de balanços e os bancos novamente estão batendo recordes. A saúde do sistema financeiro nacional mostra que os bancos não foram atingidos pela crise, então não têm porque diminuir o crédito.

 

A maior queda foi na previsão de crescimento para o financiamento de veículos: passou de 21,2% na pesquisa de dezembro para 14,59% na do mês passado. Influenciada por essa queda, a previsão de crescimento nas operações de crédito para pessoas físicas caiu de 17,86% para 15,88%. Já a de pessoas jurídicas teve uma desaceleração mais fraca, de 20,59% para 19,09%.

 

Custo de empréstimo subiu – O economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, admitiu que o spread bancário – diferença entre o custo de captação do banco e a taxa cobrada ao consumidor – teve elevação após o último corte na taxa básica de juros de 1 ponto percentual, realizada na semana retrasada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. Segundo o economista, isso ocorreu porque, embora as taxas ao consumidor tenham caído, não houve o repasse total do corte na Selic devido ao cenário macroeconômico vigente.

 

Os representantes dos bancários destacam que há uma contradição aí, porque os próprios bancos não elevaram substancialmente suas previsões de inadimplência média para 2009. Além disso, as liberações no depósito compulsório também deveriam ser totalmente repassadas para aumentar a oferta de crédito, o que teoricamente reduziria o spread. Mas os bancos ficam usando a desculpa da crise para aumentar seus lucros e, assim, prejudicam toda a sociedade.

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