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55 anos da Federação

Luta contra o racismo no mercado de trabalho em debate

Cerca de 180 representantes de entidades sindicais de todo o país participaram do 6º Fórum Nacional Pela Visibilidade Negra Sistema Financeiro, nesta terça-feira (23/11), por videoconferência. O evento aprofundou as discussões sobre o racismo no Brasil e a inserção da população negra no mercado de trabalho do ramo financeiro.

A diretora de Gênero da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Nancy Andrade, participou do Fórum e considerou o momento oportuno para trazer a centralidade dos debates por conta do mês de novembro, mês da Consciência Negra. Lembrou o quanto a população negra é impactada pelo racismo estrutural que não oportuniza colocações de destaque e de poder no mercado de trabalho.

“Mostra que o estado foi construído com o intuito de exterminar o povo negro e a sociedade brasileira e até hoje, na atualidade, persiste nessa lógica. Inviabilizando o acesso ao ensino público de qualidade, moradia digna, dificultando o acesso aos serviços de saúde pública, a ausência de públicas e de leis de cotas”, reforçou. Ainda chamou atenção para a realidade da população negra, que não se vê representada dentro das agências bancárias.

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O Fórum ratificou que os bancos insistem que a população negra recebe os menores rendimentos e as mulheres negras menos ainda. Os negros estão em ocupações precárias e enfrentam altas taxas de desemprego. Informação comprovada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), através dos dados do Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério da Economia.

O rendimento médio mensal na categoria bancária dos negros em relação aos brancos é sempre menor. Enquanto a remuneração média dos homens não negros chega a R$ 10.169,00, os bancários negros recebem R$ 7.938,00. No caso das mulheres não negras, o pagamento médio no setor é de R$ 7.849,00. Na outra ponta, as mulheres negras têm rendimento médio de R$ 6.363,00.

Além disso, os trabalhadores negros ocupam menos cargos de direção. Estão em apenas 5% dos cargos de diretoria e superintendência, 15% das gerências e 17% de cargos de supervisão, chefia e coordenação.

A diretora de Gênero da Feebbase também lembrou sobre a importância do concurso público, por ser a porta de acesso da população negra no sistema financeiro, pois não causa a exclusão. “Não é requisitado que candidato seja negro ou não negro. O que é requisitado é o conhecimento. Não exigir que a cor da pele seja clara ou negra. Não é isso que vai determinar o acesso” , finalizou Nancy Andrade.

Caso a privatização dos bancos públicos seja concretizada, como ameaça o governo federal, será um agravante, porque esse acesso que a população negra tem hoje como uma alternativa, corre sérios riscos”.

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