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Acumulam-se os sinais de que a economia está caminhando para a recessão

O desemprego continua em alta e o setor de serviços, que responde por 70% do PIB, caiu 0,7% em março pelo terceiro mês consecutivo. Ao lado disto, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC) registrou queda de 0,28% em março, em relação ao mês anterior, e de 0,68% no primeiro trimestre do ano. O IBC-Br é uma prévia do PIB, que é calculado pelo IBGE.

O desempenho deplorável da economia nacional é o reverso da promessa do governo da extrema direita de que a posse de Bolsonaro, por ser o queridinho do “mercado” (leia-se grandes capitalista0s, sobretudo estrangeiros), iria despertar a fada da confiança do empresariado e promover um boom de novos investimentos. Não é o que se vê.

A vida vai dando razão aos críticos da restauração neoliberal. O que está impedindo a recuperação é a política inaugurada pelo golpe de 2016, fundada no arrocho fiscal, Estado mínimo, privatização, desnacionalização e depreciação da força de trabalho. Bolsonaro adota a mesma receita, adicionando ingredientes mais radicais e procurando apressar sua aplicação. É um desastre anunciado, como agora reconhece até o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

A recuperação da atividade econômica requer o aumento dos investimentos públicos, resgate do papel do Estado como promotor do desenvolvimento e a valorização da classe trabalhadora, essencial para o fortalecimento do mercado interno. O contrário do que vem sendo feito desde o golpe de 2016. A política econômica neoliberal é a grande causa da crise.

Desemprego

O desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da federação no 1º trimestre, na comparação com o trimestre anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos demais estados, houve estabilidade.

A taxa de desemprego média no país nos 3 primeiros meses do ano subiu para 12,7%, conforme já divulgado anteriormente pelo órgão.

Segundo o IBGE, as maiores taxas de desemprego foram observadas no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18,0%), e a menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram em 13,5% e 15,3%, respectivamente.

A taxa atual de desemprego é a maior desde o trimestre terminado em maio de 2018. São 13,4 milhões de desempregados no país, ante um universo de 12,1 milhões no último trimestre do ano passado.

5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano, aponta IBGE

Na comparação com o 4º trimestre, as maiores variações foram registradas no Acre 4,9 pontos percentuais (p.p.), Goiás (2,5 p.p) e Mato Grosso do Sul (2,5 p.p).

"O destaque no trimestre é SP e MG, que têm taxas bastante elevadas para estados fortes economicamente, com indústria forte e grande peso na economia do país. E que causam o chamado efeito farol. Ou seja, o que acontece lá, em termos de desocupação se reflete no restante do país. E agora, fica a expectativa de comportamento para o segundo trimestre", afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

O coordenador do IBGE destacou ainda que houve um aumento no país inteiro do trabalho por conta própria, que reuniu 23,8 milhões de brasileiros no 1º trimestre.

"O trabalho por conta própria aumentou em 11 estados, em especial Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O pequeno empregador, o vendedor de quentinhas que chama alguém para ajudar, é o que cresce. O que mais aumenta é o comércio, o transporte (motorista de aplicativo). Ou seja, a situação só está boa para grupamentos que são aderentes à informalidade", disse Azeredo.

Já entre os 4,8 milhões de desalentados (pessoas que desistiram de procurar trabalho), 60% estão no Nordeste, com destaque para Bahia (768 mil pessoas) e Maranhão (561 mil).

Em 12 estados e no DF, subutilização é a maior em 7 anos

Veja a taxa de desemprego por unidade da federação:

Amapá: 20,2%

Bahia: 18,3%

Acre: 18%

Maranhão: 16,3%

Pernambuco: 16,1%

Alagoas: 16%

Amazonas: 15,9%

Sergipe: 15,5%

Rio de Janeiro: 15,3%

Roraima: 15%

Distrito Federal: 14,1%

Rio Grande do Norte: 13,8%

São Paulo: 13,5%

Piauí: 12,7%

Tocantins: 12,3%

Espírito Santo: 12,1%

Pará: 11,5%

Ceará: 11,4%

Minas Gerais: 11,2%

Paraíba: 11,1%

Goiás: 10,7%

Mato Grosso do Sul: 9,5%

Mato Grosso: 9,1%

Paraná: 8,9%

Rondônia: 8,9%

Rio Grande do Sul: 8%

Santa Catarina: 7,2%

Fonte: PortalCTB com agências

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