Nota da CUT-BA - Greve dos professores: Mobilização, luta e responsabilidade social
A greve dos professores na Bahia durou 55 dias. O movimento reafirmou o engajamento e lucidez da categoria na luta por melhores salários e qualidade da educação pública no estado. Desde o dia 8 de maio, quando a paralisação foi iniciada, os professores reivindicam um aumento justo para todos os níveis, que seria uma reparação pelas perdas e arrocho salarial praticados nos governos anteriores.
O governo Wagner, eleito também pelos professores, concedeu um aumento de 17,28% para professores de níveis I e II e apenas 4,5% para os níveis III e IV. A APLB-Sindicato entende que o aumento deva ser de 17,28% para todos os níveis, o que vai proporcionar mais preparo, qualificação e qualidade para os professores e, conseqüentemente, para a educação pública. Porém, o governo entendeu que a sua proposta era justa e tentou criminalizar o movimento grevista com ameaças de corte no salário.
Mesmo com as ameaças do governo e tentativas de desestabilização por parte de setores que queriam se aproveitar de uma greve legítima para se autopromoverem, em alguns momentos tentando partidarizar o movimento, a APLB-Sindicato continuou firme na luta, de forma autônoma, independente e buscando a melhor solução em benefício dos professores e da sociedade. A entidade não concorda com a teoria do "quanto pior, melhor". A greve pela greve não levaria o movimento à lugar algum.
Para a CUT, o resultado da greve foi positivo. A APLB-Sindicato abriu um canal de diálogo permanente com o Governo Estadual na busca de melhorias no aparelhamento das escolas, qualificação e, principalmente, na remuneração dos professores. Agora o objetivo é dar continuidade às negociações, acompanhar as assembléias e buscar a mobilização para avançar cada vez mais.
A greve dos professores deste ano reafirmou o pacto de luta entre a APLB-Sindicato e a categoria na defesa de melhores salários e na busca da mobilização e compromisso com a sociedade. A entidade desempenhou um papel autônomo e responsável durante a greve, que marca o início de um novo período do movimento sindical classista. Sindicato é pra lutar.
Direção da CUT-Bahia, sindicatos e federações filiadas.