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55 anos da Federação

Primeira greve nacional completa 73 anos

A história de greve dos bancários começou em 1932, mas não teve dimensão nacional. Em 18 de abril, os funcionários do Banespa de Santos (SP) iniciaram um movimento em protesto contra quatro decisões dos banqueiros: o fim da gratificação semestral, a extinção do abono de 5% depois de cinco anos de serviço, as demissões e o valor das horas-extras noturnas. Os bancários de Santos ganharam o apoio dos colegas da matriz do banco em São Paulo e um dia depois os banqueiros aceitaram todas as reivindicações.

O movimento de 1932 foi um aquecimento para a primeira greve nacional, que ocorreria dois anos depois. Nos dias 5, 6 e 7 de julho de 1934, bancários de Norte a Sul do país cruzaram os braços em favor da aposentadoria com 30 anos de serviço e 50 de idade, estabilidade no emprego e pela criação de uma caixa única de aposentadorias. O movimento conquistou a adesão de oito dos 10 sindicatos de bancários existentes no país na época e a greve foi vitoriosa, com todas as reivindicações atendidas. Em 1935, outra manifestação dos bancários, dessa vez em favor do salário mínimo profissional. No dia 4 de novembro, somente os trabalhadores baianos pararam por quatro dias.

Depois de um período de 12 anos, os bancários voltaram com tudo, para fazer o que seria a maior greve nacional da categoria até então. Em 1946, após a eleição de Eurico Gaspar Dutra (PSD) para a presidência da República, pipocaram uma série de manifestações por todo o país. Só nos dois primeiros meses estou­raram 60 paralisações, que culminaram com a fundação de uniões sindicais municipais, sob a liderança dos bancários.


A principal reivindicação da categoria era o salário mínimo profissional, já concedido pelo governo a outros setores. No dia 23 de janeiro de 1946, o Rio de Janeiro entrou em assembléia permanente para aguardar uma resposta do governo. O ministro do Trabalho, Roberto Carneiro Mendonça, ameaçou retirar a proposta se os bancários entrassem em greve. No dia seguinte, a categoria parou na capital carioca e o movimento se espalhou por todo o país. A segunda greve nacional parou mais de 40 mil bancários por dezenove dias. Em 11 de fevereiro, os banqueiros ofereceram uma trégua: garantiram que os grevistas não seriam punidos e que receberiam pelos dias parados. Já o governo disse que continuaria analisando o projeto. A categoria voltou ao trabalho no dia seguinte.


Depois de 15 anos os bancários partiam para sua 3ª greve nacional. No dia 21 de outubro de 1961, a campanha salarial entrava em um impasse: os bancários reivindicavam 60% de reajuste e os banqueiros negavam. A greve começou pelos bancos públicos, pois os privados ainda negociavam no TRT. O primeiro-ministro, Tancredo Neves, e o ministro do Trabalho, Franco Montoro, intermediaram as negociações e conseguiram arrancar do governo federal um reajuste de 40%. A greve durou uma semana, com o pagamento dos dias parados, mas a campanha continuava nos bancos privados. Em 7 de novembro, os funcionários repetiram o feito dos colegas do setor público e pararam contra o reajuste escalonado de 30 a 50%. Dois dias depois, o TRT oferece 60% de aumento e a greve acaba.


Paralisação histórica

A mais longa greve da história dos bancários aconteceu em 2004 e durou 30 dias. Foi um movimento caracterizado pela repressão da Polícia Militar e pela resistência histórica dos diretores do Sindicato dos Bancários da Bahia.

A greve garantiu reajuste salarial acima da inflação, manteve direitos, gerou novas conquistas e elevou a auto-estima dos bancários. Foi mais uma prova de que vitórias e conquistas são alcançadas com muita luta.

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