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55 anos da Federação

Terceirizados podem chegar a 75% dos trabalhadores

O projeto de lei do Senado nº 247/2016, que permite a terceirização irrestrita, enviado ao Congresso por FHC em 1998 e aprovado na última quarta-feira (22/3) pela Câmara, tem potencial para mudar toda a estrutura do mercado de trabalho no Brasil para pior e fazer com que os trabalhadores sob esse regime passem a ser maioria.

Atualmente, os brasileiros terceirizados têm duas características predominantes no mercado de trabalho do país – eles são pouco qualificados e recebem baixos salários. De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), 73% dos vínculos contabilizados em 2015 (o último dado disponível), 34,5 milhões têm remuneração média de até três salários mínimos e 75,9%, escolaridade que chega no máximo ao ensino médio completo.

A terceirização ampla pode promover uma inversão estrutural no mercado de trabalho. Em cinco, sete anos, o total de terceirizados pode chegar a 75%. O processo poderia começar dentro da própria universidade. Tirando os professores, cerca de 75% dos funcionários da USP (Universidade de São Paulo) são celetistas e apenas 25% estatutários. Todos esses 75% são passíveis de serem terceirizados.

Estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que os trabalhadores terceirizados têm jornadas mais longas, salários menores e são mais acometidos por doenças do trabalho do que efetivos que desempenham a mesma função.

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