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9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

Mulheres já são 52,4% dos novos empreendedores

Nos últimos três anos e meio, 15 milhões de pessoas abriram negócio próprio no Brasil. O número coloca o país em nono lugar no ranking mundial de empreededorismo, uma posição abaixo da obtida em 2006, segundo pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada nesta quarta-feira, 19 de março, pelo Sebrae.

A taxa de empreendedorismo dentro da população adulta chegou a 12,72% no ano passado, maior que os 11,6% registrados em 2006 e bem superior à média dos 42 países pesquisados, de 9,07%. A novidade é que as mulheres brasileiras se tornaram mais empreededoras que os homens. De cada 100 empresas abertas, formal e informalmente, em 2007, 52 têm uma mulher à frente. Em 2001, primeiro ano que o Brasil entrou na coleta de dados, elas representavam apenas 29% do total. "O mercado de trabalho brasileiro esteve estagnado por muito tempo e as pessoas tiveram que se virar. E cada vez mais as mulheres são as responsáveis pelo sustento da casa", analisa o professor da Fundação Getúlio Vargas Marcelo Néri.

Com a melhora na economia brasileira, a opção por iniciar um negócio está se dando mais por oportunidade que por necessidade, segundo a pesquisa. Dos 2 mil entrevistados, 57% enxergaram que havia mercado e resolveram abrir o negócio. "Um conjunto de fatores positivos levaram os brasileiros a empreender e eles estão mais confiantes na economia", afirma o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. Os negócios planejados têm mais chance de dar certo, orienta. Filhas e mulheres de empresários da cidade, as três amigas Patrícia Tramontini Demartini, de 33 anos, Thalita Gonçalves, de 28 anos, e Renata De Marchi Dias, de 38 anos, pensaram em cada detalhe da loja de roupas femininas inaugurada nesta quarta na Asa Sul. As duas primeiras são economistas e Renata, administradora de empresas. A parte técnica sobre empresas foi aperfeiçoada em cursos do Sebrae e a prática vinha de empregos anteriores. "Pensamos em cada detalhe, assitimos a palestras e cuidamos de tudo pessoalmente. Risco sempre existe, mas trabalhamos bastante para tentar minimizá-lo", conta Renata.

Por outro lado a colocação do Brasil entre os primeiros mais empreendedores do mundo se dá pelo grande número de brasileiros que precisam se virar. Dos que abriram negócios nos últimos 3,5 anos, 43% o fizeram porque não viam outra oportunidade de ganhar a vida. A falta de emprego e a necessidade de levar para casa comida para os três filhos levam o ambulante Cosme Augusto de Sousa, de 42 anos, a sair às ruas diariamente para vender bolsas e cintos comprados no interior de Goiás. Com preços que variam de R$ 15 a R$ 50, ele não faz as contas de quanto vende por dia. Na quarta foi em torno de R$ 100. Mas sabe que o valor não é suficiente para ajudá-lo a realizar seu grande sonho. "Não sobra dinheiro para investir e nunca vou conseguir montar meu negócio próprio", conta o ex-frentista, que possui o ensino médio completo. De acordo com a pesquisa, o investimento inicial de 55% dos empresários para abrir os novos negócios foi inferior a R$ 2 mil. 


Correio Braziliense

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