Bancários da Bahia e Sergipe decidem pela greve
Os bancários da Bahia e Sergipe cansaram da enrolação da Fenaban e decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a parir desta quinta-feira (24/9). A decisão foi votada em assembléias realizadas em todas as bases sindicais da Federação dos Bancários, onde os trabalhadores se reuniram para dizer não à proposta dos banqueiros e radicalizar o movimento em busca de seus direitos.
Decidiram pela greve os trabalhadores do sindicato da Bahia, Vitória da Conquista, Itabuna, Jacobina, Jequié, Feira de Santana e Sergipe.A greve vai atingir os bancos públicos e privados dos dois estados, que devem permanecer fechados até que os bancos ofereçam um reajuste melhor aos funcionários.
A paralisação das atividades é uma resposta à postura intransigente dos patrões, que insistem em desrespeitar a categoria com uma proposta rebaixada de reajuste e de participação nos lucros e resultados, sem levar em contas às reivindicações dos bancários.
Para a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, o índice de 4,5% e a proposta de PLR apresentados pela Fenaban é uma afronta aos trabalhadores, que são os principais responsáveis pelos lucros bilionários das instituições financeiras. Os balanços do primeiro semestre do ano reforçam isso, portanto não há justificava para um aumento salarial tão pífio, a não ser a ganância desenfreada dos banqueiros, que insistem na precarização do serviço e das condições de trabalho.
Os bancários não aceitam esta situação e vão continuar mobilizados para barrar mais esta tentativa da Fenaban de usurpar os direitos da categoria. A greve é nacional e só vai terminar quando os patrões apresentarem uma proposta de reajuste e PLR condizente com os lucros dos bancos e as necessidades dos bancários.
Reajuste salarial: 4,5%
PLR: 1,5 salário reajustado limitado ao valor individual de R$ 10 mil e 4% do lucro líquido em 2009. Parcela linear de 1,5% do lucro líquido, distribuído linearmente, limitado ao valor individual de R$ 1,5 mil. Condições: os bancos que tiverem prejuízo em 2009 não pagarão PLR e o valor poderá ser compensado nos planos próprios de Participação em Lucros e Resultados.
Salário de ingresso:
Portaria: R$ 673,71;
Escritório: R$ 966,20;
Caixa: R$ 1.252,03Salário após 90 dias:
Portaria: R$ 738,00;
Escritório: R$ 1.059,25;
Caixa: R$ 1.1.80,24
Anuênio: R$ 16,35
Gratificação de compensador de cheques: R$ 93,13
Auxílio refeição: R$ 16,63
Auxílio cesta-alimentação: R$ 285,21
13ª cesta-alimentação: R$ 285,21
Auxílio-creche/babá: R$ 285,00 (até 71 meses)
Auxílio-funeral: R$ 549,89
Ajuda de deslocamento noturno: R$ 57,39
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 81.998,61
Requalificação profissional: R$ 819,52
Os bancários reivindicam
Reajuste salarial: 10% (reposição da inflação mais aumento real)
PLR: três salários mais R$ 3.850,00
Valorização dos pisos:
Portaria: R$ 1.432,00;
Escriturário: R$ 2.047,00 (salário mínimo do Dieese);
Caixa: R$ 2.763,45;
Primeiro comissionado: R$ 3.477,00;
Primeiro gerente: R$ 4.605,73
Auxílio-refeição: R$ 19,25
Cesta-alimentação: R$ 465,00
13ª cesta-alimentação: R$ 465,00
Auxílio-creche/babá: R$ 465,00
Fim das metas e do assédio moral
PCCS em todos os bancos
Contratação da remuneração total: inclusive a parte variável, com a incorporação dos valores aos salários e reflexo em todos os direitos (13º, férias e aposentadoria)
Garantia de emprego: fim das terceirizações, mais contratações e aplicação da Convenção 158 da OIT
Segurança: retomada imediata da Comissão de Segurança Bancária, proibição do transporte de valores pelos bancários e adicional de risco de vida.
Auxílio-educação para todos
Ampliação da licença-maternidade para seis meses

