Audiência sobre rotatividade no Itaú e Santander será na quarta
Representantes dos bancários de todo o país participam na
próxima quarta-feira (16/1), às 14h30, em Brasília, de uma audiência de
mediação para discutir a redução de empregos e a política de rotatividade no
Itaú e Santander. O encontro foi marcado pelo ministro do Trabalho e Emprego,
Brizola Neto, que se mostrou preocupado com as demissões em massa nas duas
instituições e reafirmou o seu compromisso com a geração de empregos e o
combate à alta rotatividade, manifestado na 14ª Conferência Nacional dos
Bancários.
A mediação foi marcada após a representação nacional dos bancários apresentar ao ministro dados do Dieese, que comprovam milhares de demissões nos dois bancos privados no ano passado. O Itaú demitiu 7.831 bancários entre janeiro e setembro do ano passado. Somente no terceiro trimestre, o número de trabalhadores recuou de 92.517 para 90.427, uma redução de 2.090 vagas em apenas três meses. Desta forma, o banco aprofundou ainda mais o processo de extinção de empregos iniciado em abril de 2011, totalizando desde então o fechamento de 13.595 vagas, conforme análise feita pelo Dieese.
Segundo dados do Dieese e do Caged, o Santander contratou 14.692 empregados em 2012 e desligou 14.980, um corte de 288 postos de trabalho. O banco fechou o ano com quadro de 51.237 funcionários. Desta forma, enquanto a taxa de rotatividade no setor bancário foi de 7,6%, o índice no Santander atingiu 28,8% em 2012. "Isso foi quase quatro vezes superior à vigente no setor bancário como um todo. Isso significa que num período de 12 meses o banco 'girou' quase um terço do seu quadro de pessoal. Mantida essa taxa em três anos, o banco terá 'girado' quase 100% dos seus funcionários", avalia o Dieese.
Em dezembro, o Santander ainda promoveu demissões em massa, desligando 1.280 trabalhadores às vésperas do Natal. O número só não foi ainda maior por causa das denúncias, protestos e mobilizações das entidades sindicais dos bancários em todo país.
