Bahia registra 188 ataques a bancos neste ano
Os ataques contra as agências bancárias têm mudado o cenário das cidades baianas. O dia-a-dia, antes pacato em muitos municípios, agora é de terror. Quase que diariamente os moradores são surpreendidos por ações cada vez mais audaciosas. Problema agravado com a falta de investimento dos bancos e do poder público em segurança.

Os números comprovam e a cada ano a estatística aumenta. Para se ter ideia, entre janeiro e 17 de dezembro foram 188 ocorrências em todo o Estado, 21 a mais do que todo o ano de 2012 quando a Bahia registrou 167 ataques.
Normalmente, as ações são muito bem elaboradas. Começam com a desarticulação do aparelho policial, que já é baixo. Depois, seguem para as unidades. As armas são sempre de grosso calibre, como granada, dinamite, fuzis e pistolas.
Ninguém está livre da ousadia dos grupos. Quando de dia, os reféns são usados como escudo humano e os tiroteios fazem vítimas, às vezes fatais. Foi o que aconteceu no assalto ao Banco do Brasil de Várzea Nova, em 3 de dezembro. No mesmo dia mais quatro ocorrências levaram medo e pânico ao interior do Estado.
Os ataques, no entanto, não têm hora para acontecer e fora do horário de expediente os caixas eletrônicos são os principais alvos. As cenas de vidros quebrados e terminais completamente destruídos são comuns. Neste mês, por exemplo, foram 11 explosões. No acumulado do ano são 95.
Os dados revelam que a violência é maior no interior. No total, 146 casos. Já em Salvador até esta terça-feira (17/12) foram 42. Entre os bancos, o BB lidera a lista com 78 ataques. Em segundo lugar aparece o Bradesco, com 67 ocorrências.
Projeto-piloto deixa a desejar
Enquanto as estatísticas de ataques contra as agências bancárias crescem e a população vive em pânico, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) faz corpo mole na implantação do projeto-piloto de segurança, conquistado na campanha salarial de 2012.
Em reunião realizada nesta segunda-feira (16/12), os bancos se negaram a apresentar os boletins de ocorrência em Recife, Olinda e Jaboatão, cidades escolhidas para implantação do projeto inicialmente.
Outras reivindicações foram negadas, como a isenção de tarifas para o caso de transferências (DOC e TED) como forma de desestimular os saques em dinheiro e combater o crime de saidinha bancária.
Os trabalhadores vão continuar cobrando o atendimento das demandas, para garantir segurança efetiva em todas as agências e também fora delas.
SEEB-BA
