Cerca de 140 mulheres são vítimas de feminicídios por dia no mundo
A violência é uma realidade para milhões de mulheres em todo o mundo. Todos os dias, 140 mulheres e meninas são mortas por seus parceiros íntimos ou familiares, o equivalente a uma a cada 10 minutos. O dado faz parte do relatório “Feminicídios em 2023: Estimativa global de feminicídios por membros íntimos; parceiro/familiar”, divulgado nesta segunda-feira (25/11), Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
A publicação preparada pela ONU Mulheres e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, confirma que a violência contra mulheres continua generalizada, incluindo na sua manifestação mais extrema, o feminicídio. O crime “transcende fronteiras, condições socioeconômicas e grupos etários”.
A África registra as taxas mais elevadas de feminicídio relacionado com parceiros íntimos e familiares, seguida pelas Américas e pela Oceânia. Na Europa e nas Américas, a maioria das mulheres mortas na esfera doméstica foi vítima de companheiros íntimos, com 64% e 58%, respectivamente. Em outras regiões os familiares foram os principais perpetradores.
Brasil
No Brasil a situação de violência não é diferente. No país, duas em cada dez mulheres (21%) já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros românticos e seis em cada dez conhecem alguma que vivenciou essa situação. Em ambos os casos, as mulheres negras (pretas e pardas) aparecem em maior número. Os dados são da pesquisa Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e pela empresa Consulting do Brasil.
O levantamento mostra ainda que seis em cada dez mulheres ameaçadas romperam com o agressor, após a intimidação, sendo essa decisão mais comum entre as vítimas negras do que entre as brancas.
Os dados comprovam a necessidade de mais ações da sociedade para acabar com a violência contra as mulheres. Esta deve ser uma tarefa de todos.