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Comando e Fenaban debatem condições de trabalho e saúde mental

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Saúde e condições de trabalho foram os temas da rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada nesta sexta-feira (25/4), em São Paulo. No encontro, os representantes da categoria cobraram propostas concretas para combater o adoecimento da categoria.

Mais uma vez, a Fenaban manteve a postura de não reconhecer a relação entre o ambiente de trabalho nos bancos e o aumento de casos de doenças psicossociais entre os trabalhadores.

“Esta argumentação dos bancos é falaciosa. Existem fatos objetivos e reconhecidos que causam o adoecimento: excesso de trabalho, cobrança permanente e exagerada por resultados, constantes mudanças na formatação e nas tecnologias de trabalho, contato com o público, além da falta de autonomia do trabalhador para gerir os próprios processos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Elder Perez, que representou também a Federação da Bahia e Sergipe na reunião.

Os números também comprovam que os bancos adoecem os seus funcionários. Segundo informações da plataforma Smartlab, com base em registros do INSS, somente em 2024 foram registrados 168,7 mil afastamentos acidentários no país. Destes, 2,81% ocorreram na categoria bancária. Já os afastamentos previdenciários somaram quase 2,2 milhões, sendo 1,12% de bancários — o equivalente a 24.079 ocorrências.

NR 1 e 17

Na reunião foram debatidas também as Normas Regulamentadoras (NRs), com foco nas NRs 1 e 17. A NR-1 determina que as empresas devem identificar, avaliar e controlar riscos psicossociais, como estresse, assédio moral e burnout. Já a NR-17 estabelece parâmetros para adaptar as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, promovendo saúde e bem-estar no ambiente laboral.

O movimento sindical e a Fenaban se comprometeram a fazer uma manifestação pública formal ao Ministério do Trabalho em apoio a NR1, que tem sido questionada por grupos empresariais.

Outro tema discutido foi a elaboração de uma cartilha com orientações sobre o que caracteriza o assédio, o que define um ambiente de trabalho saudável e como os trabalhadores podem identificar e reagir a situações de violência organizacional. Após cobranças, os bancos informaram que vão apresentar uma cartilha com diretrizes sobre o tema em até 90 dias.

Já o movimento sindical se comprometeu a elaborar uma proposta de cartilha com fluxo e orientação para os trabalhadores em caso de necessidade de afastamento por motivos de saúde, além de reivindicar acesso às informações das pesquisas internas feitas pelos bancos, a fim de sugerir medidas preventivas com base em dados reais.

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