Dia de luta contra demissões e fechamento de agências no Bradesco
Esta quarta-feira (19/11) foi Dia Nacional de Luta contra as demissões e fechamento de agências do Bradesco. Nas principais cidades do país, sindicatos e federações denunciaram a política desrespeitosa de encerramento de unidades do banco, deixando os bancários sem emprego e clientes sem atendimento, principalmente nas cidades do interior.
O Bradesco obteve o lucro líquido de R$ 18,136 bilhões nos nove primeiros meses de 2025, um aumento de 28,2% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar dos resultados expressivos, o banco continuou reduzindo empregos e fechando unidades. Foram 2.361 postos de trabalho eliminado em doze meses, período em que o fechou 296 agências, 1.246 postos de atendimento e 61 unidades de negócios.
Participando da manifestação em Salvador, a presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feebbase), Andréa Sabino, resumiu o tamanho da contradição ao lembrar que o Bradesco economizou R$ 12 milhões com a digitalização, enquanto retirou 30 mil postos de trabalho desde 2016. Para ela, a matemática do banco desafia a lógica: “Já cortaram tudo que podiam e o adoecimento virou rotina”, afirmou, defendendo que a categoria precisa de união para enfrentar um modelo que “nega dignidade, destrói saúde e transforma metas em tortura diária”.
Já o secretário geral da Feebbase e vice-presidente da CTB Bahia, Hermelino Neto, destacou o fato da luta do movimento sindical estar ganhando força em outros setores da sociedade. “A nossa luta chegou ao Senado, através do projeto apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD/MA), que propõe regras para o fechamento de agências bancárias. Nós já realizamos também audiências públicas na Câmara dos Deputados, em assembleias legislativas estaduais e câmaras municipais. Estamos buscando apoio para garantir que os bancos tenham compromisso com clientes e bancários”, acrescentou.
Confira como foram as manifestações na Bahia e Sergipe:
Salvador
Em Salvador, trabalhadores e dirigentes do Sindicato da Bahia e da Feebbase transformaram indignação coletiva em denúncia pública. O protesto, em frente ao Bradesco do Capemi, escancarou o paradoxo brutal de um banco que registra R$ 6,2 bilhões de lucro no terceiro trimestre, mas elimina milhares de empregos e destrói a rede física, impondo um cotidiano de medo, pressão e adoecimento aos funcionários.
Sergipe
Como parte do Dia Nacional de Luta, os dirigentes do Sindicato de Sergipe realizaram um ato na agência central do Bradesco, no Centro de Aracaju, onde conversaram com clientes e bancários sobre a política contraditória do banco, que tem aumentado o lucro e o número de clientes, enquanto fecha agências e diminuiu o número de funcionários
Feira de Santana
Funcionários do Bradesco e dirigentes do Sindicato de Feira de Santana realizaram um ato foi em frente à agência da avenida Getúlio Vargas e cobraram do banco o cumprimento das promessas feitas após o início do enxugamento da rede. O protesto acontece num contexto de fortes críticas à estratégia do banco, que mesmo registrando lucros elevados, mantém o fechamento de unidades, reduz equipes e transfere atendimento para menos pontos físicos, o que amplia filas e pressiona quem permanece nas agências, em uma política que aprofunda a precarização.
Vitória da Conquista
Bancárias e bancários do Bradesco de Vitória da Conquista participaram do Dia Nacional de Luta. Durante o ato, a diretoria do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região (SEEB/VCR), alertou para os impactos profundos da política de desligamento, que tem eliminado postos de trabalho e unidades físicas, sobrecarregando os funcionários remanescentes e comprometendo a qualidade do atendimento aos clientes.