Empregados da Caixa denunciam condições de trabalho precárias dos tesoureiros
As precárias condições em que estão trabalhando os tesoureiros na Caixa Econômica Federal voltaram a ser discutidas durante negociação da mesa permanente realizada nesta quinta-feira (8), em Brasília, a primeira após a campanha salarial 2012. Foi entregue aos representantes da empresa um levantamento feito pela Apcef/SP em 147 agências vinculadas às superintendências regionais da capital paulista e do interior, entre as quais Bauru, Ipiranga, Santa, Sorocaba e Ribeirão Preto.
Segundo o relatório, a situação é desoladora, mesmo nas unidades recém-inauguradas. Detectou-se falta de empregados e deficiências nas instalações das agências que comprometem a saúde dos empregados. Outro problema que chamou a atenção foi a segurança. Em metade das agências visitadas, os tesoureiros têm de circular com os malotes entre os clientes.
A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) cobrou medidas urgentes da empresa para resolver os problemas verificados na retaguarda, especialmente em relação à segurança. Foi reivindicada a instalação de corredores de abastecimento dos terminais e caixas para evitar a exposição dos tesoureiros.
O entendimento da Caixa é que essa proteção deveria ser garantida somente no acesso aos terminais e que apenas 22 agências não possuem a estrutura necessária. Os representantes da empresa disseram que vão analisar as denúncias feitas pela Apcef/SP.
O problema dos tesoureiros foi um dos pontos centrais da negociação com a Caixa na campanha salarial deste ano e a empresa assumiu, no acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho 2012/2013, vários compromissos para solucionar a grave situação. Ficou definido, entre outros pontos, que a Caixa apresentará na mesa permanente de negociação até o dia 31 março de 2013 um plano de ação para resolução definitiva das situações apontadas sobre saúde, segurança e condições de trabalho dos tesoureiros executivos.
Ainda, com relação aos tesoureiros, a CEE/Caixa cobrou uma posição sobre a formação de banco de habilitados para o exercício das atividades de tesoureiro e a implementação de cursos de formação.
A Caixa informou que possui 5.312 empregados aptos a assumir a função de tesoureiro executivo e que um grupo de trabalho se reuniu no período de 22 a 26 de outubro para formular proposta do curso de formação. A intenção da empresa é iniciar em fevereiro de 2013 cursos de requalificação para os atuais tesoureiros e para a formação de novos e concluí-los até 31 de agosto do mesmo ano.
Os representantes da empresa informaram também que a linha de sucessão dos tesoureiros já foi regulamentada pela RH 183.
Dias de greve
As entidades sindicais cobraram da
Caixa a devolução do dinheiro descontado indevidamente dos empregados
que permaneceram em greve no dia 28 de setembro. A empresa descontou
este dia e mais o descanso (sábado e domingo), alegando falta não
justificada. Para os representantes dos trabalhadores, 28 de setembro
deve ser compensado como os demais de greve. A Caixa, no entanto, disse
que não vai alterar o seu posicionamento.
Cipas
O coordenador da CEE/Caixa e
vice-presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, questionou a empresa
sobre o número de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas)
eleitas e nomeadas. Os representantes da empresa informaram que são
1.902 cipeiros eleitos e 690 indicados pela Caixa, porque não houve
candidatos inscritos.
Foram debatidos também os cursos de formação dos membros das Cipas. Os representantes dos trabalhadores reivindicaram que o conteúdo dos cursos à distância para os integrantes das comissões seja debatido com os sindicatos.
A Caixa disse que vai avaliar a reivindicação. O tema também será debatido na próxima reunião do GT Saúde.
GT Saúde Caixa e GT Saúde do Trabalhador
A
CEE/Caixa apresentou uma proposta de reunião dos dois
grupos de trabalho para os próximos dias 6 e 7 de dezembro. A sugestão
foi acatada pelos representantes da Caixa.
A Caixa tomou conhecimento de que os nomes dos representantes dos empregados no GT Saúde Caixa serão os mesmos do GT Saúde do Trabalhador. Assim, os membros indicados pelas entidades representativas nos dois GTs, ambos paritários, são Plínio Pavão, Jailson Prades, Sérgio Amorim e Laura Augusto Gatti Vitral (aposentada).
Promoção por mérito
Os representantes dos
empregados apontaram problemas no conteúdo da cartilha de divulgação da
promoção por mérito. O material apresenta pontos que não foram acordados
durante as negociações, como o uso da concessão de bolsa graduação e
pó- graduação e o Processo Seletivo Interno (PSI) para requisitos das
promoções.
A Caixa prometeu verificar o conteúdo da última versão da cartilha. Foi cobrada também pelos dirigentes sindicais a regulamentação da conquista das seis horas por mês dentro da jornada para realização de capacitação pela Universidade Caixa.
Incorporação do REB ao Novo Plano
Os
representantes da Caixa alegaram que a empresa já fez um posicionamento
político e técnico em favor da incorporação, mas que a questão continua
emperrada nos órgãos controladores.
Agência Barco
A Caixa informou que já consta na
RH 020 a concessão de dois dias úteis a serem negociados com o empregado
após o retorno de um ciclo de trabalho. Essa foi uma das conquistas da
campanha salarial 2012.
Contratações
Segundo os representantes da Caixa, o
número de empregados da empresa até o dia 6 de novembro era de 90.960,
faltando 1.040 novas contratações para cumprir o acordo feito com os
trabalhadores de 92 mil empregados até dezembro de 2012.
Avaliação
Para Jair Ferreira, "a retomada das
negociações da mesa permanente é importante porque amplia o debate e
espaço de mobilização dos empregados, visando avançar nas questões
específicas como condições de trabalho, saúde do trabalhador e
contratação de pessoal, entre outros". Nova negociação deverá ocorrer no próximo dia 20 de dezembro.
Contraf
