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Emprego e direitos em debate no Encontro da Juventude

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A segunda parte do 8º Encontro da Juventude Bancária da Bahia e Sergipe, realizado neste sábado (21/10), debateu os impactos das tecnologias no emprego bancário, a reestruturação do sistema financeiro e o histórico de luta da categoria por direitos. O evento reúne trabalhadores de até 35 anos, em Andaraí, na Bahia.

A tarde começou com a apresentação do economista e técnico do Dieese da Bahia, Gustavo Palmeira, que apresentou o panorama do emprego bancário no Brasil na última década, mostrando o aumento dos postos de trabalho no setor financeiro e o encolhimento da participação da categoria bancária.

Os dados da Dieese, com base na Relação Anual de Informações Anuais (RAIS), mostram que em 2012 os bancários representavam 59% dos trabalhadores formais do ramo financeiro. Em 2021 este percentual caiu para 44%. Isso aconteceu mesmo com o crescimento dos postos de trabalho no setor, que passaram de 869.157 em 2012, para 1.014.124 em 2021.

Essa mudança impacta diretamente nas condições de trabalho e na remuneração do setor, uma vez que os bancários têm jornada menor, salários mais altos e mais direitos em comparação às outras categorias, como securitário, terceirizados e agentes de crédito.

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Para Gustavo Palmeira, a fragmentação do emprego no ramo financeiro se mostra como um grande desafio para o movimento sindical, pois se dá, não só em diferentes categorias profissionais, mas, em diferentes formas de inserção (celetistas – várias categorias, autônomos, MEIs, PJs plataformizados, etc). Parece fundamental debater mudanças nas estratégias internas do movimento sindical para fazer frente a essa nova composição do mercado de trabalho. Nessa empreitada é fundamental conhecer a realidade regional de cada base para definir prioridades e planos de ação”, concluiu.

Lutas e conquistas

Em seguida, o presidente da Federação da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, falou sobre as pautas em debate no Comando Nacional dos Bancários, além de fazer um resgate da história de lutas da categoria para a conquista dos direitos contidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.

“O movimento sindical bancário sempre esteve na vanguarda da conquista de direitos, que só foram estendidos a outras categorias muito tempo depois. Alguns exemplos são o auxílio creche, conquistado pelos bancários em 1981 e estabelecido pela CLT apenas em 1993; da PLR, conquistada em 1995 e disposto em lei apenas em 2000. Destaque também para as cláusulas que estabelecem a igualdade de gênero e de direitos para os casais homoafetivo, acrescentou Neto.

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A importância destas conquistas foi reforçada pelo secretário geral da Federação, Emanoel Souza, que falou das diversas lutas travadas pela categoria nestes anos, com a realização de greves, protestos e manifestações para pressionar os bancos e garantir melhorias salariais e de condições de trabalho da categoria. “A luta deve continuar sempre, pois os patrões sempre vão tentar retirar os nossos direitos. A renovação do movimento sindical é essencial para garantir e ampliar essas conquistas”, concluiu.

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