No nono dia de greve, 1009 agências fechadas na Bahia e Sergipe
Ao completar nove dias de greve, nesta sexta-feira (27), os bancários continuam demostrando força para continuar na luta e alcançar suas reivindicações. Os trabalhadores protestam contra o silêncio e o desrespeito da Fenaban na mesa de negociação. Os estados da Bahia e Sergipe alcançaram já a marca de 1009 agências fechadas, com a expectativa de aumentar a cada dia.

Na base do Sindicato da Bahia, são 462 agências sem funcionar; de Vitória da Conquista, 69; de Feira de Santana, 33; de Ilhéus, 28; de Irecê, 37; de Jacobina, 28; de Jequié, 26; de Itabuna, 36; de Camaçari, 17; de Barreiras, 57; e de Juazeiro, 27. Um total de 820 agências fechadas na Bahia. Já em Sergipe, 189 unidades.
Ontem, o Comando Nacional dos Bancários esteve reunido, em São Paulo, para avaliar a paralisação e intensificar o movimento nos próximos dias. A avaliação é de que os bancos agem de forma irresponsável ao permanecerem em silêncio e ignorarem a disposição dos bancários para retomar o processo de negociações da campanha salarial 2013. A orientação é que greve seja ampliada mais ainda.
Em nota, o Comando Nacional cobra o compromisso da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) com a retomada das negociações, afirma que a intransigência dos bancos só aumenta o clima de insatisfação entre os bancários, estimulando o crescimento da greve em todo o país; e lembra que a pauta de reivindicações dos bancários, além de melhores salários e condições dignas de trabalho para a categoria, inclui diversos temas que visam melhorar a qualidade do atendimento para clientes e usuários, diminuindo o tempo nas filas e humanizando as relações nos bancos.Nota do Comando Nacional dos Bancários
“O Comando Nacional dos Bancários, reunido nesta quinta-feira 26 de setembro em São Paulo, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), após avaliação da primeira semana da greve da categoria, decidiu:
“1. Ampliar e fortalecer a greve nacional dos bancários, que nesta quinta-feira completou oito dias e fechou 10.586 agências e centros administrativos nos 26 estados e no Distrito Federal.
“2. Reafirmar a disposição de negociação dos representantes dos bancários, fechada pelos bancos no dia 5 de setembro, quando apresentaram apenas a reposição da inflação e ignoraram todas as outras reivindicações econômicas e sociais.
“3. Afirmar que a greve é de responsabilidade dos presidentes da Fenaban (Murilo Portugal), do Itaú (Roberto Setúbal), do Bradesco (Luiz Carlos Trabuco), do Banco do Brasil (Aldemir Bendine), da Caixa Econômica Federal (Jorge Hereda), do Santander (Jesús Zabalza) e do HSBC (André Brandão) por fecharem o processo de negociação ao ignorarem a pauta de reivindicações dos trabalhadores.
“4. Ressaltar que os bancos que operam no Brasil têm totais condições de atender às demandas dos bancários, conforme demonstra relatório do Banco Central divulgado nesta quinta-feira 26, segundo o qual o lucro do sistema financeiro nacional é "robusto" e atingiu R$ 59,7 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em junho.
“5. Denunciar a irresponsabilidade social dos bancos, especialmente os privados, que, na contramão da economia brasileira, geradora de 1,07 milhão de novos empregos de janeiro a agosto deste ano, cortaram 6.987 postos de trabalho no mesmo período, precarizando o atendimento à população, aumentando as filas e a sobrecarga de trabalho dos bancários.
“6. E denunciar que, em busca de "melhor eficiência", os bancos vêm obrigando os bancários a cumprirem metas abusivas e a venderem produtos financeiros desnecessários à população, o que tem aumentado a incidência de adoecimentos”.
Luta contra o PL 4330 - Na reunião, o Comando Nacional dos Bancários reafirmou também a necessidade de intensificar a mobilização contra o PL 4.330, que libera a terceirização até para atividades-fim. A categoria bancária, inclusive, é convocada a participar da Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, programada pelas centrais sindicais para o próximo dia 7 de outubro.
