Programa Convergente no centro da negociação com o BNB
O programa Convergente foi o principal assunto da rodada de negociação entre a Comissão Nacional dos Funcionários e a direção do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), realizada na quinta-feira (3/7), em Fortaleza (CE). O encontro contou também com a presença do presidente do BNB, Paulo Câmara.
A CNFBNB cobrou novamente uma solução para as distorções que persistem no programa Convergente, sobretudo referente à pontuação e avaliação. O fato de a pontuação, nos processos de análise nas Centrais, só ser considerada ao final de todo o processo, tem desmotivado os funcionários, que podem ficar sem pontuar, mesmo que tenham trabalhado muito. Basta que o contrato não seja fechado, ainda que seja por problemas de outras áreas ou desistência do cliente.
A representação do Banco destacou que está disposta a dialogar para encontrar soluções para as demandas apontadas pela CNFBNB e realizar ajustes no programa Convergente. O Banco também tem realizado visitas nas centrais para colher e escutar demandas, buscando equilíbrio. Em seguida, o Banco propôs a divisão da avaliação em duas etapas, como a etapa de análise e a de contratação, com pontuações independentes.
A Comissão considerou isso um avanço, mas insistiu na busca de uma solução mais efetiva para a questão, que considere o trabalho desenvolvido pelos funcionários e não apenas o resultado final.
O BNB destacou também a mudança do sistema, mais moderna e dinâmica e, agora, dentro do Meu RH, e informou ainda que em breve, será feito um piloto para testar o novo sistema, que deve ser implementado ainda neste segundo semestre.
Ao final dos debates sobre as avaliações de desempenho individual, ficou acordada a criação de um grupo de trabalho com um representante dos funcionários para cada esteira das Centrais nas quais os problemas se concentram (Agronegócio, Empresarial, Rural, Urbano, Técnicos de Campo Rurais e Técnicos de Campo Urbanos), para discutir os problemas e buscar soluções para os mesmos junto às áreas responsáveis na DIRGE. Tal grupo será acompanhado e apoiado pela CNFBNB nas tratativas com o Banco.
Outros temas
Na reunião foram discutidos também outros temas importantes. O BNB informou o início de uma formação de gestores reforçando a importância do feedback e, em breve, vai realizar um treinamento semelhante também com os gerentes executivos. Uma empresa foi contratada pelo Banco para realizar esses treinamentos, enfatizando a importância e ensinando técnicas para realizar feedback.
Outra questão abordada foi a insatisfação dos funcionários com relação às concorrências, que selecionam qualquer um dentre os 20 primeiros colocados, independente da classificação, e isso tem tornado o corpo funcional desmotivado. A Comissão solicitou que sejam selecionados sempre os primeiros colocados nas concorrências, e também cobrou que a parte subjetiva da seleção (entrevista) tenha peso máximo de 20% na pontuação total, e não 40%, como é praticado atualmente. O banco vai analisar o pedido e dar retornos nas próximas reuniões.
A Comissão cobrou mais uma vez a realização de concurso para a contratação de mais funcionários para preencher 100% das lotações aprovadas para todas as unidades.
A Comissão Nacional reforçou a necessidade da adoção do modelo de custeio 70/30 para a CAMED (com o Banco ficando responsável por 70% do custeio do plano de saúde dos funcionários, diferente do modelo atual no qual o Banco arca com apenas 50% das despesas). O Banco solicitou a formalização da solicitação para iniciar as análises jurídicas e financeiras necessárias.
A Comissão destacou ainda a importante trazer pessoas das áreas responsáveis para debater demandas específicas, a exemplo do debate sobre o Convergente, e apontou a importância da questão da reclassificação de agências ser inserida nesse debate, com soluções concretas para resolver as demandas.
Devolutivas
O banco informou ainda que a questão sobre o abono permanente do dia 31 de dezembro ainda está sendo analisado pela diretoria, e que os grupos focais de Raça e Diversidade estão em andamento. Além disso, informou que está resolvendo a situação do pagamento de vales transportes em espécie para quem trabalha em locais onde não há disponibilidade de transporte público formal. O banco também está reavaliando o caso das Carteiras Corporate, onde muitos gerentes não têm Auxiliares de Negócios.
O banco informou ainda que, com relação ao questionamento dos funcionários de precisarem apresentar laudos médicos anualmente para renovar os benefícios de redução de jornada para funcionários com dependentes com deficiência, de Auxílio Creche Especial e Auxílio Dependente com Deficiência, considerando que as deficiências são permanentes, o SESMT vai solicitar documentos que comprovem apenas a necessidade das terapias.
A CNFBNB cobrou mais uma vez que haja um normativo para regulamentar os casos dos funcionários com jornada de 6h por serem pais de filhos PCD’s e que têm direito a redução de jornada possam decidir se poderão ou não aproveitar as oportunidades de substituições de funções de 8h, por exemplo, não só mantendo o direito à redução de jornada de até uma hora/dia, mas também com aumento dessa redução para até duas horas/dia concedida para os funcionários que têm jornada de 8h. A Comissão cobrou também seja feita uma campanha para que os pais sejam esclarecidos sobre seus direitos de redução de jornada.
Na opinião do diretor Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe Waldenir Britto “a reunião apresenta alguns pontos importantes, mas o banco continua não apresentando respostas práticas sobre as questões do PCR, nem do processo de PDV, nem sobre a CAPEF. Sempre respondendo que tudo está em andamento. Isso é muito ruim, pois o acordo foi assinado o ano passado e os funcionários necessitam conhecer quais são as propostas para esses assuntos. Além disso, temos que avançar também nas questões de saúde dos bnbeanos, com medidas efetivas na prevenção do adoecimento dos colegas!”, finalizou o diretor.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Sergipe João Wellington também participou da reunião com o BNB.