XI Congresso da Federação debate crise econômica e sindicalismo
Com os objetivos de discutir a Conjuntura Política, a Organização Sindical e eleger a nova diretoria da entidade, aconteceu nos dias 14 e 15 de novembro, no auditório da Faculdade Visconde de Cairu, em Salvador, o XI Congresso da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe.
Na abertura desta sexta-feira, dia 14, além da leitura e aprovação do regimento interno do evento, foi dada oportunidade aos representantes dos sindicatos filiados, que saudaram e reafirmaram a importância da Federação na luta dos trabalhadores nesses 40 anos de fundação. Para o deputado estadual Álvaro Gomes (PCdoB), presente ao encontro, os 40 anos da Federação marca "uma atuação classista e de luta, com participação política geral na busca da transformação da sociedade".
Crise econômica - O debate pela manhã iniciou-se com a palestra do doutor em Administração e mestre em economia Renildo Souza sobre a Crise Econômica Internacional. Avaliou que o centro da crise está no setor bancário dos Estados Unidos e Europa com a quebra de grandes bancos, o que cria uma desorganização financeira na economia e faz desaparecer o crédito. Segundo Renildo, "a razão da crise está localizada no afastamento do Estado da economia. As crises são normais no capitalismo, recorrentes, mas sem regulação dos mercados podem ser mais profundas".
O economista chamou atenção para a contradição dos dirigentes americanos e europeus que até pouco tempo defendiam de forma radical o neoliberalismo, a não-intervenção estatal, e agora promovem como solução da crise um processo de estatização de bancos. "Nesta crise a doutrina neoliberal está sendo desmoralizada", sentenciou. No Brasil, Renildo observa que os efeitos da crise começam ser sentido na cotação do dólar, na queda das bolsas e na retenção do crédito. Mesmo com mais de R$ 200 bilhões de reservas internacionais e o crescimento econômico, o país não está blindado, pois depende de créditos externos.
Sindicatos e centrais sindicais - Pela tarde, Carlos Alberto Lima, secretário geral do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, fez uma explanação sobre o histórico do movimento sindical no Brasil desde o início do século XX até os nossos dias com o surgimento da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).
Para Carlos Alberto, a CTB surgiu pela necessidade dos trabalhadores terem uma central classista e para responder aos anseios classistas desses trabalhadores: "Central que afirma o compromisso de construir uma nova sociedade. Nós somos protagonistas da história. Daí a importância da concepção classista que possui uma visão histórica da luta contra a exploração", concluiu.