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Bancos criam 23,5 mil empregos em 2011, mas demitem maiores salários

Os bancos criaram 23.599 novos postos de trabalho em 2011, mas intensificaram a estratégia de reduzir a folha de pagamento por meio da rotatividade. A prova disso é que o bancário admitido recebeu salário, em média, 40,87% inferior ao dos trabalhadores desligados - em todos os setores da economia essa diferença é de 7,1%. O instrumento para implementar essa política, que diminui o salário dos bancários para aumentar os lucros dos bancos, foi a demissão sem justa causa, que foi o motivo de 50,19% do total de 36.371 desligamento no ano.

Os números são da 12ª Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), elaborada trimestralmente desde 2009 pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.


O levantamento também considera os dados divulgados nos balanços dos cinco principais bancos (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander), que revelam o número de funcionários de cada holding.


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Segundo dados da pesquisa, em 2011, a remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.430,57, e a dos desligados de R$ 4.110,26, uma diferença de 40,87%. No ano anterior, a diferença era de 37,60%.


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A análise do saldo de empregos por faixa de remuneração reforça essa visão. O resultado foi positivo apenas para as faixas até três salários mínimos, enquanto as faixas salariais acima desse patamar apresentaram saldos negativos. O maior saldo aconteceu na faixa de remuneração entre dois a três mínimos, que teve crescimento de 30.409 vagas.


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Empregos crescem menos


O saldo de 23.599 novos postos de trabalho representa uma expansão de 4,88% no emprego bancário. No entanto, o número é menor do que os 24.032 empregos criados em 2010, o que significa uma redução de 1,80%. Além disso, na comparação com o saldo de 1.944.560 vagas criadas em todos os setores da economia em 2011, os bancos contribuíram com apenas 1,21% do total.


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Os dois maiores bancos privados do país apresentaram tendências opostas em relação ao emprego em 2011. Enquanto o Bradesco liderou a criação de novas vagas, com 9.436 empregos de saldo, o Itaú foi a única entre as cinco mais instituições financeiras a fechar postos de trabalho.


Segundo análise do Dieese, o crescimento do Bradesco é resultado de um grande investimento na abertura de novas agências, estratégia adotada após a perda da licitação do Banco Postal para o Banco do Brasil. No caso do Itaú, segundo o relatório de administração da empresa, as demissões foram resultado da reestruturação na área de crédito, com a intenção de passar as atribuições para "parceiros varejistas", ou seja, terceirizar as atividades do setor com o fim de enxugar a estrutura do banco e reduzir custos.


Itaú fecha 4.058 empregos em 2011


Estoque de funcionários e saldo de emprego nos cinco maiores bancos do país

Brasil - Janeiro a Dezembro de 2011

Banco

Dezembro

Variação

2010

2011

relativa

absoluta

Banco do Brasil

   109.026

   113.810

4,39%

4.784

Caixa Econômica Federal

     83.185

     85.633

2,94%

2.448

Bradesco

     95.248

   104.684

9,91%

9.436

Itaú Unibanco

   102.316

     98.258

-3,97%

-4.058

Santander

     54.406

     54.602

0,36%

196

Total

   444.181

   456.987

2,88%

12.806

Fonte: Balanços dos Bancos

Elaboração: DIEESE - Rede Bancários



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