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Outubro Rosa 2022

Fenaban diz não à garantia do emprego

Na segunda rodada de negociação da Campanha Nacional 2009, realizada nesta quinta-feira (27), em São Paulo, a Fenaban rejeitou todas as reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários relativas ao emprego. O presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, participou da negociação.

Renato Silva/Contraf-CUTOs bancos se recusam a dar garantias de preservação dos postos de trabalho. Não aceitam discutir a contratação de mais trabalhadores nem mecanismos para garantir o cumprimento da jornada de 6 horas. E se negam a reconhecer a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe demissões imotivadas.

Tampouco querem discutir a limitação de permanência máxima de 15 minutos nas filas das agências, o que obrigaria os bancos a contratarem mais bancários para melhorar o atendimento à população.

Pelo calendário de negociações definido na primeira rodada, ocorrida no dia 17, o próximo tema a ser discutido com os bancos, no dia 2 de setembro, será a remuneração da categoria, que inclui o índice de reajuste, a valorização dos pisos salariais, o novo modelo de PLR, a contratação da renda variável e demais cláusulas econômicas. No dia 9 de setembro a negociação se concentrará na saúde, segurança, condições de trabalho e cláusulas sociais.

Enquanto lucram, bancos fecham postos de trabalho

Pesquisa realizada pela Contraf e pelo Dieese, divulgada na terça-feira 25, mostra que os bancos fecharam 2.224 postos de trabalho no primeiro semestre de 2009 e estão usando a rotatividade para reduzir a média salarial dos bancários. As empresas financeiras desligaram 15.459 bancários, principalmente em razão das fusões, e contrataram 13.235 entre janeiro e junho. É uma inversão do que ocorreu no ano passado, quando houve um aumento de 8.754 novas vagas no mesmo período.

Ampliar as contratações

Os dados dos próprios bancos sobre a evolução dos negócios nos últimos anos revelam a necessidade de haver mais contratações. De 2004 a 2008, as operações de crédito dos seis maiores bancos (BB, Caixa, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander Real e HSBC) aumentaram de R$ 272 bilhões para R$ 680 bilhões - um salto de 149,3%, enquanto o número de funcionários dessas empresas cresceu em apenas 54 mil (13,3%).  Nesse mesmo período, as receitas de prestação de serviços desses mesmos bancos tiveram um aumento de 62,69% e as operações de crédito registraram 106% de crescimento.

Na negociação desta quinta-feira, o Comando Nacional reivindicou da Fenaban que os bancos repassem aos sindicatos cópia dos dados sobre emprego e remuneração que são fornecidos ao Ministério do Trabalho, mas os representantes das empresas também negaram.

Respeitar a Convenção 158 da OIT

A pesquisa Contraf/Dieese mostra ainda que os bancos estão utilizando as demissões para diminuir os salários dos bancários. Os desligados no primeiro semestre recebiam remuneração média de R$ 3.627,01. Já os contratados têm remuneração média de R$ 1.928,92, o que representa uma diferença de 46,82% - quase a metade.

Isso porque os desligamentos foram concentrados nos escalões hierárquicos superiores e as admissões ocorrem principalmente nos cargos iniciais da carreira. Esse movimento intensificou a tendência observada no mesmo período do ano passado, quando a diferença entre os salários médios dos bancários contratados e desligados foi de 38,02%.

Os bancos rejeitaram essa reivindicação, afirmando que consideram a Convenção 158 obsoleta, anacrônica, impossível de ser aplicada e que defendem sua revogação.

Prorrogação do acordo

Na primeira rodada de negociação, o Comando Nacional reivindicou a manutenção da data-base em primeiro de setembro e a prorrogação da Convenção Coletiva da categoria até 30 de setembro. Os bancos responderam nesta quinta-feira, concordando com as duas demandas.


Fonte: Contraf

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