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Mais uma negociação sem propostas da Fenaban

A afirmação da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) de que a luta dos trabalhadores por emprego decente é uma questão apenas ideológica mostra a falta de compromisso dos banqueiros com as reivindicações da categoria. Um dos principais itens da pauta é a terceirização. O PL 4330, que regulamenta a prática, tem previsão de votação para o dia 3 de setembro.

Negociacao Emprego 3

Questionada sobre o que mudaria nas agências se o projeto fosse aprovado e se a intenção era terceirizar todos os serviços, a federação ironicamente disse que não sabia e afirmou que a terceirização feita pelos bancos é lícita, possível e necessária.

A prática beneficia apenas as empresas, pois reduz custos, retira direitos e precariza o trabalho. Sem pestanejar, durante a rodada desta sexta-feira (16/08), a Fenaban disse que o PL inova com as proteções e garantias para o prestador de serviço e o tema não interfere na mesa de negociação, ou seja, nada feito.

Diante do impasse, a categoria vai ampliar a mobilização para derrubar o projeto. As ações estão marcadas para quinta-feira (22/08) e o dia 30 de agosto. Outro ponto de divergência diz respeito aos correspondentes bancários, criados inicialmente para suprir a demanda dos locais onde não há condições de ter uma agência. Hoje, os bancos abusam da abertura dos correspondentes para cortar gastos, inclusive, muitos estão localizados ao lado das agências.

A Fenaban afirmou que o fato não impede que o número de unidades bancárias cresça e que se o Banco Central permitiu, não deve haver restrição de local. Por fim, foi categórica ao dizer que nada muda em relação ao item.

O secretário-geral da Federação da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, presente na reunião, avalia a rodada como negativa. "O sentimento é que, mais uma vez, os bancos, não estão tratando com seriedade as reivindicações". O dirigente ainda lembra que em diversas oportunidades a Fenaban alega que muitas das causas devem ser tratadas nas mesas temáticas.

Jornada de trabalho
O Comando defende a jornada de 5 horas, gerando dois turnos de trabalho. Os bancários denunciaram ainda a jornada estendida, praticada por diversas organizações financeiras. Mais uma vez, não houve avanço. 

Igualdade de oportunidade

Igualdade de oportunidades entre gêneros, trabalhadores com deficiência e contratação de, pelo menos, 20% de afrodescendentes, também integram a pauta de reivindicações dos bancários.

Nas organizações financeiras, as mulheres ocupam 48,48% do total de postos de trabalho e o salário é 24,1% inferior, de acordo com o Dieese, sem falar na dificuldade de ascensão na carreira.

Apesar dos dados, os banqueiros afirmam não haver dificuldade para ascender profissionalmente e que a questão de gênero vai evoluir naturalmente. A declaração foi feita durante negociação desta sexta-feira (16/08).

Em relação ao percentual de negros nas agências, o representante da Fenaban chocou a mesa ao proferir uma frase extremamente preconceituosa. "Imagine 20% de negros no Banrisul"? A declaração reflete o desrespeito dos banqueiros com a população.

Próxima rodada
Chegou a vez de tratar das cláusulas econômicas. O tema será debatido nos dias 26 e 27 de agosto, em São Paulo.

Fonte: Seeb Bahia

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