Prisão de Osmar Ferreira pela Ditadura Militar completa 60 anos

Em uma manhã repleta de memórias e reconhecimento, o Sindicato dos Bancários de Feira de Santana e a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe se reuniram nesta segunda-feira (08/04), na agência 236 do Bradesco, localizada na Conselheiro Franco, em Feira de Santana, para uma homenagem excepcional. Osmar Pereira Ferreira, cofundador e ex-diretor do Sindicato, foi o centro das atenções nesta data emblemática, que celebra sua coragem e resistência. Há exatos 60 anos, Osmar foi preso durante a ditadura militar, um período sombrio em que enfrentou tortura física e psicológica por 12 dias, quando tinha apenas 21 anos.
Na homenagem, estiveram presentes os dirigentes do sindicato da categoria feirense, incluindo seu presidente, Eritan Machado, além do presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, que ressaltaram a importância do evento e a solidariedade da comunidade bancária para com a história de resistência e luta.
"Osmar é um herói do povo brasileiro, que enfrentou com coragem e determinação aquele período que deixou marcas profundas no país. Precisamos lembrar sempre das vítimas desse período sangrento, para que jamais sejam esquecidas. E que o legado de Osmar continue em vida como um símbolo, um farol para todos nós", declarou o presidente da FEEB, Hermelino Neto.
Atualmente, aos 81 anos de idade, Osmar Ferreira é advogado e, na época dos acontecimentos, ocupava o cargo de chefe do setor de cobrança no Banco da Bahia, posteriormente incorporado ao Banco do Bradesco em 1973. No entanto, sua história foi marcada pela perseguição política, devido ao seu envolvimento com a Juventude do Partido Comunista Brasileiro e sua atuação como dirigente sindical.
Após sua libertação em 20 de abril de 1964, Osmar retornou à agência onde trabalhava, que na época era o Banco da Bahia, apenas para ser demitido no mesmo dia pela instituição bancária, mesmo possuindo estabilidade sindical. Sua reintegração só veio a acontecer 59 anos depois, após intervenção sindical.
"Eu acho que manter a memória de Osmar viva, de luta contra a ditadura militar, mesmo após ter sido preso, torturado, demitido, perseguido, mas ter conseguido vencer todos os obstáculos mostrando sua história de vida como lição para todos nós, acaba sendo um combustível para aqueles que defendem a democracia", disse Eritan Machado, presidente do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana.
Apesar dos desafios, o legado da luta de Osmar perdura, inspirando toda a comunidade bancária e para todos os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Feira de Santana

