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Um banco central na contramão da história

O Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom) anunciou na noite desta quarta-feira (10-12) a decisão de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, a mais alta do planeta. Embora já não cause surpresas, a deliberação do Copom desperta indignação em amplos segmentos da sociedade brasileira e mostra que as autoridades responsáveis pela política monetária estão na contramão da história e continuam desprezando solenemente os interesses do povo brasileiro.


A economia nacional não vive um momento trivial. Já são sensíveis os efeitos da crise econômica irradiada pelo capitalismo americano. Ninguém duvida que uma forte desaceleração das atividades produtivas está a caminho. A atitude do Banco Central sabota os esforços que, bem ou mal, o governo Lula vem fazendo para impedir que a crise resulte em demissões em massa e comprometa os avanços sociais verificados ao longo dos últimos anos.


Consta que até mesmo Lula teria apelado ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pela redução dos juros. O vice-presidente José de Alencar reiterou sua convicção de que "é preciso que a taxa caia", traduzindo um anseio generalizado na sociedade brasileira. Mas, eis que os sábios do Copom fizeram ouvidos moucos aos apelos de Lula e Alencar.


O pretexto para tamanha indiferença é e sempre será a estabilidade monetária, ainda que os índices de inflação indiquem que os preços estão sob controle. O Banco Central está na contramão da história e do mundo civilizado, onde a ordem geral é reduzir juros e ampliar as despesas e o déficit público. Assim foi feito nos EUA, na União Européia, no Japão, na China, na Inglaterra e em muitos outros países.


Interesses poderosos respaldam a conduta do senhor Meirelles. A decisão do Copom premia a usura, alimenta a ganância dos especuladores e contraria frontalmente os interesses da classe trabalhadora. A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) não tem dúvidas de que representa os interesses nacionais e populares quando vem a público com o objetivo de manifestar seu firme repúdio a mais este desatino do Banco Central.

Lutamos por um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania e valorização do trabalho. Exigimos, neste sentido, a mudança imediata da política monetária, a redução dos juros, a ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN), o fim da autonomia que de fato desfruta o Banco Central e a substituição do seu atual presidente, representante maior da oligarquia financeira, nacional e internacional.

MENOS JUROS E MAIS DESENVOLVIMENTO.

FORA MEIRELLES!

São Paulo, 10 de dezembro de 2008

Wagner Gomes
Presidente da CTB

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