Um banco central na contramão da história
A economia nacional não vive um momento trivial. Já são sensíveis os efeitos da crise econômica irradiada pelo capitalismo americano. Ninguém duvida que uma forte desaceleração das atividades produtivas está a caminho. A atitude do Banco Central sabota os esforços que, bem ou mal, o governo Lula vem fazendo para impedir que a crise resulte em demissões em massa e comprometa os avanços sociais verificados ao longo dos últimos anos.
Consta que até mesmo Lula teria apelado ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pela redução dos juros. O vice-presidente José de Alencar reiterou sua convicção de que "é preciso que a taxa caia", traduzindo um anseio generalizado na sociedade brasileira. Mas, eis que os sábios do Copom fizeram ouvidos moucos aos apelos de Lula e Alencar.
O pretexto para tamanha indiferença é e sempre será a estabilidade monetária, ainda que os índices de inflação indiquem que os preços estão sob controle. O Banco Central está na contramão da história e do mundo civilizado, onde a ordem geral é reduzir juros e ampliar as despesas e o déficit público. Assim foi feito nos EUA, na União Européia, no Japão, na China, na Inglaterra e em muitos outros países.
Interesses poderosos respaldam a conduta do senhor Meirelles. A decisão do Copom premia a usura, alimenta a ganância dos especuladores e contraria frontalmente os interesses da classe trabalhadora. A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) não tem dúvidas de que representa os interesses nacionais e populares quando vem a público com o objetivo de manifestar seu firme repúdio a mais este desatino do Banco Central.
Lutamos por um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania e valorização do trabalho. Exigimos, neste sentido, a mudança imediata da política monetária, a redução dos juros, a ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN), o fim da autonomia que de fato desfruta o Banco Central e a substituição do seu atual presidente, representante maior da oligarquia financeira, nacional e internacional.
MENOS JUROS E MAIS DESENVOLVIMENTO.
FORA MEIRELLES!
São Paulo, 10 de dezembro de 2008
Wagner Gomes
Presidente da CTB