Jornada acima de 40 horas faz mal à saúde do trabalhador, diz estudo
Um estudo realizado pela Agência de Saúde Pública de Barcelona, na Espanha, e divulgado resumidamente na quinta, dia 7, pelo site da BBC Brasil aponta que a jornada de trabalho acima das 40 horas semanais traz danos à saúde física e mental, principalmente para as mulheres. A pesquisa reforça a campanha das centrais sindicais, dentre elas a CUT (Central Única dos Trabalhadores) para a redução da jornada no Brasil sem alteração de salários.
A íntegra da pesquisa, denominada Perspectiva de Gênero na Análise da Relação entre Longas Jornadas de Trabalho, Saúde e Percepção do Próprio Estado de Saúde, será publicada ainda nesta semana pela revista Scandinavian Journal of Work, Environment & Health.
Atualmente, por lei, o brasileiro contratado formalmente trabalha no máximo 44 horas por semana. As centrais lançaram no dia 21 de janeiro uma campanha defendendo a diminuição para 40 horas e uma das ações será a coleta de adesões para um abaixo-assinado a ser encaminhado para o Congresso Nacional.
Os pesquisadores acompanharam a rotina de 2.792 pessoas com diversas profissões e classes sociais em um período de um ano. Dentre os homens, foram constatados principalmente distúrbios do sono. Já nas mulheres, os problemas mais recorrentes foram a hipertensão, ansiedade, tabagismo e insatisfação, além de transtornos psíquicos e hormonais.
Dieese - Além do estudo espanhol, um relatório do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) engrossa os argumentos das centrais ao afirmar que a redução geraria em torno de 2,2 milhões de novos postos. "Sob todos os aspectos a redução é boa para o país, pois gera emprego e preserva a saúde do trabalhador. Só não podemos aceitar que os patrões compensem de outra forma os efeitos da jornada que não seja com novas contratações", diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato.

