Menu
redes sociais 2023

Novo corte da Selic pressionará redução dos juros bancários

O processo de queda na taxa de juros básica (Selic) iniciado em janeiro pelo Banco Central não deve apenas levar a uma queda no custo final do crédito por reduzir a taxa de captação do dinheiro pelos bancos. Deve também provocar uma queda no spread bancário - a diferença entre custo de captação e de repasse dos recursos pelas instituições -, na avaliação de fontes do governo. De acordo com um integrante da equipe econômica, a explicação técnica para isso é que a redução da Selic diminui o chamado "custo de oportunidade" dos bancos, ou seja, o lucro mínimo requerido para realizarem suas operações.

 

O nível da Selic tem forte influência na decisão da instituição de emprestar dinheiro ou mantê-lo parado junto ao governo, comprando títulos públicos ou aplicando nas operações diárias do BC para calibragem da taxa básica. A fonte explica que uma Selic menor permite que os bancos diminuam sua margem de lucro sem que suas operações deixem de ser atrativas e rentáveis.

 

É verdade, contudo, que nada garante que os bancos venham a repassar a queda da Selic na forma de spread menor. Isso vai depender da disposição das instituições em ampliar os volumes emprestados e da concorrência.

 

Por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a equipe econômica está fazendo um estudo detalhado do tema. As análises se dividem em fatores estruturais, que determinam o elevado spread brasileiro - e possíveis medidas para reduzi-lo -, e em como o crédito responde a eventos econômicos, como movimentos na taxa de juros e na renda. No trabalho em andamento, constatou-se preliminarmente que o crédito no Brasil responde mais aos movimentos de renda do que aos da taxa de juros. "Nós ainda estamos investigando isso. Não é um dado conclusivo", afirmou a fonte.

 

O spread bancário é hoje um dos principais temas da agenda econômica do governo e entrou no radar depois das agressivas elevações promovidas pelos bancos que se seguiram ao estouro da crise internacional. Desde que os dados do BC mostraram uma drástica elevação neste preço da economia, o governo tem utilizado uma crescente pressão política para tentar reverter esse movimento.

 

Segundo um ministro, o governo não está tentando "satanizar" os bancos por ter poucas opções para agir e forçar uma queda do spread. A avaliação é de que a disputa política, que envolve expor e enfatizar o fato de que os juros e o spread são os mais altos do planeta é uma "vergonha", simplesmente faz parte desse esforço para tentar trazer o spread a níveis aceitáveis.

 

Fonte: Agência Estado

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar