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Rural ameaça romper acordo da Fenaban

O Banco Rural chamou o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região para uma conversa fiada que ficaria melhor traduzida numa única palavra: chantagem. Mesmo com lucro de R$ 40 bilhões no primeiro semestre de 2008, o banco alega dificuldades para pagar a PLR e outros benefícios acordados na mesa da Fenaban. Sob pena de ter que demitir - mais, pois no mês passado mandou 45 para o olho da rua. No pacote indecoroso, inclui a suspensão do pagamento da gratificação semestral. É bom lembrar que o prazo para pagamento da primeira parcela da PLR é dia 13. A Contraf-CUT e o Sindicato local vão aguardar até lá para, se for o caso, entrar com ação de cumprimento do contrato coletivo contra o Rural.

Importante registrar que o lucro do banco, nos primeiros seis meses deste ano, é praticamente o dobro do lucro líquido do último semestre de 2008. Confrontado com os números do balanço - que registra, também, patrimônio da ordem de R$ 371,9 milhões -, o presidente do banco, o economista João Heraldo de Lima, não hesita em declarar que "o lucro é fictício".

Das duas, uma: ou João Heraldo mente, ou mentiu a então presidente, Kátia Rabello - da família controladora do banco -, quando da divulgação do balanço semestral. "Em teleconferência com os empregados em todo o país, à época, ela comemorou o excelente resultado, e fez questão de frisar que os números refletiam a realidade pois o balanço havia sido auditado", relata Sivaldo Menezes, diretor do Sindicato e empregado do Rural.

Se o balanço é ficção, isso é problema para os acionistas e as autoridade competentes, não para os empregados. "Há um contrato coletivo nacional e ele terá que ser cumprido", afirma Sivaldo.

João Heraldo é velho conhecido da categoria bancária em Minas. Ex-secretário estadual da Fazenda, no governo do tucano Azeredo, desempenho com afinco o papel de coveiro do ex-Bemge - Banco do Estado de Minas Gerais e ex-Credireal - Banco de Crédito Real de Minas Gerais, entregues de bandeja ao Itaú. "O presidente do Rural está se valendo de comunicado interno para ameaçar, intimidar e constranger os funcionários. O Rural não negociou oficialmente com o Sindicato, e terá que cumprir o acordo coletivo irrestritamente" afirma a entidade.

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