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9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

Bancários levam combate ao assédio moral à mesa de negociação

Primeiro bloco está marcado para esta quinta-feira

São Paulo - Apuração, orientação e punição. Estes são os três passos que serão discutidos pelo Comando Nacional dos Bancários e pela Fenaban (Federação dos Bancos) para criar critérios que combatam e reduzam a prática do assédio moral nas instituições financeiras.

O tema, juntamente com isonomia de direitos, prevenção e reabilitação, compõe os itens de saúde e condições de trabalho que serão debatidos a partir desta quinta, 30 de agosto, quando o primeiro bloco de reivindicações abre a série de quatro negociações inicialmente programas para a Campanha Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro 2007.

"O assédio moral, seja individual ou institucional, deve ser banido da estrutura de gestão dos bancos. Esse mecanismo muito utilizado para pressionar os trabalhadores a alcançar metas abusivas precisa ter fim" destaca Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato.

O grupo de trabalho que trata do fim do assédio moral foi conquistado na campanha nacional do ano passado. A categoria bancária é a primeira a ter uma cláusula em convenção coletiva que prevê o combate a essa prática.

Recorrente - O descontentamento com esse tipo de situação é crescente entre os trabalhadores de várias categorias e já é visivelmente sentido nos tribunais, que só no ano passado julgaram 600 casos em todo o país. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), em 2004 eram 300 os casos. Em 2005, subiram para 337, o que representa uma alta de 78% em relação a 2006.

"Utilizar medidas práticas contra o assédio é uma das formas mais eficazes de prevenção ao adoecimento dos trabalhadores - como a síndrome do pânico e o estresse pós-traumático que assola a categoria - e conseqüentemente de evitar o afastamento dos bancários", ressalta Marcolino. "O Comando Nacional dos Bancários quer discutir todas as formas de prevenção e de garantia de condições de trabalho - sejam psicológicos ou físicas - e ainda estabelecer regras de reabilitação para reintegrar ao trabalho os funcionários que retornam de licença médica", completa.

Isonomia - Os trabalhadores também vão levar à mesa de negociação a reivindicação de isonomia de direitos. Atualmente, o bancário com problemas de saúde fica sem o tíquete-refeição após o 15º dia de afastamento; o valor da cesta-alimentação deixa de ser creditado após seis meses e o pagamento da PLR é suspenso depois de 12 meses longe do trabalho.

Neste primeiro bloco também serão apreciadas as reivindicações sobre segurança bancária, igualdade de oportunidades, além da inclusão de cláusulas novas à Convenção Coletiva de Trabalho como direito ao auxílio-educação para todos e à 13ª cesta-alimentação.

Será discutido um bloco de reivindicações por semana. O próximo grupo que trata da reivindicação de 10,3% de reajuste e demais cláusulas econômicas (PLR, remuneração variável e pisos) será analisado a partir do dia 5 de setembro. Os demais encontros acontecem nos dias 13 e 20 de setembro. A idéia é esgotar as discussões de cada bloco até que o outro seja iniciado. Esta nova estratégia foi proposta pelos dirigentes sindicais, com o objetivo de fortalecer o processo de negociação.

Elisângela Cordeiro - 27/08/2007

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