Chamada Global contra a Pobreza discute gênero e desigualdade
A relação entre pobreza, desigualdade e gênero começará a ser discutida no dia 15 de agosto, a partir das 19 horas na Biblioteca Nacional, em Brasília. A cerimônia de abertura terá a participação da Banda Batalá -formada exclusivamente por mulheres - e do cantor Eduardo Rangel. Exposições fotográficas, lançamentos de livros e debates com ativistas, responsáveis pela criação de políticas para mulheres, feministas e especialistas na questão da pobreza também fazem parte da programação. Estarão presentes representantes de movimentos sociais, do governo e de organizações internacionais.
Segundo dados, de 2006, do Observatório da Cidadania, a renda das mulheres representa de 30% a 60% da renda dos homens. No Brasil, números de 2003 apontam que a renda das mulheres equivale a 43% da renda dos homens. Para a Chamada Global contra a Pobreza, abordar o tema da mulher surge como aspecto fundamental: "Esses dados ilustram a realidade da discriminação de gênero e seus reflexos na condição de pobreza, evidenciando a importância de discutir o tema".
A versão brasiliense da Chamada Global, que vai até 30 de agosto, terá ao mesmo tempo dois outros eventos do movimento de mulheres:a 2ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres e a Marcha das Margaridas. Com a expectativa da presença de três mil mulheres, o Centro de Convenções de Brasília abriga a 2ª conferência entre os dias 17 a 20 de agosto para discutir a presença e a participação das mulheres na política. Já a Marcha das Margaridas, que será realizada dia 22, é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e pretende levar quatro mil agricultoras à Esplanada dos Ministérios.
Em outubro, os eventos de Brasília serão reeditados em Fortaleza. O dia 17 de outubro foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, como o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza, e é também o Dia da mobilização da Chamada Global de Ação Contra a Pobreza - Aliança pela Igualdade. Em novembro, as manifestações político-culturais contra a feminização da pobreza e pelos desafios da emancipação chegam à capital peruana.
A Chamada Global para a Ação contra a Pobreza, desde 2005, mobiliza pessoas em mais de 100 países e defende a adoção de políticas nacionais e internacionais de combate à pobreza que sejam democráticas, transparentes e passíveis de controle por parte de cidadãos e cidadãs; regras comerciais justas; perdão da dívida dos países pobres; e melhoria na qualidade da ajuda internacional. Além de trabalharem pressionando os governos a agirem mais e melhor no combate à pobreza, alcançarem e ultrapassarem os Objetivos do Milênio acordados na ONU.
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