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9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

CUT se reúne com comitiva do Partido Socialista Europeu

 Por: O endereço de e-mail está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript para vê-lo.">Paula Brandão

A CUT Nacional recebeu na terça-feira (7) a visita de uma comitiva do Partido Socialista Europeu. O presidente do Grupo Parlamentar do PSE e também deputado do Parlamento Europeu, Martin Schulz e sua comitiva foram recebidos por João Felício, secretário de relações internacionais da CUT e por Jacy Afonso de Melo, tesoureiro da CUT.


Fundado em 1992 para suceder a Confederação de Partidos Socialistas da Comunidade Européia, o Partido Socialista Europeu (PSE ou PES) reúne 33 partidos socialistas, social-democratas e trabalhistas dos 25 Estados membros e da Noruega, Romênia e Bulgária. O PSE forma um dos grupos partidários do Parlamento Europeu e seus membros estão entre as maiores instituições da união, incluindo: Parlamento Europeu, Comissão Européia, Conselho da União Européia, Conselho Europeu e o Comitê das Regiões.


Martin Schulz fez um breve relato sobre experiências e ações do PSE no que tange às relações trabalho na União Européia. Diz que o conceito de "trabalho decente" deve ter um lugar privilegiado na agenda internacional e que a  ONU, a OIT e a OMC devem trabalhar juntas, concentradas nos direitos dos trabalhadores e na erradicação do trabalho infantil.


A visita do PSE à CUT é parte de um diálogo sobre as futuras políticas de trabalho decente no mundo globalizado. O debate lançado combina altos níveis de proteção social e direitos no local de trabalho, com competitividade internacional, crescimento e emprego.


João Felício fala sobre a questão das elevações de tarifas de importação. "Como qualquer sindicalista, para nós da CUT o importante é a garantia do emprego. É por isso que às vezes exercemos uma forte pressão sobre o governo brasileiro quando determinados produtos chineses ou do sudeste asiático entram em nosso país e levam a uma situação bastante difícil determinados setores da economia nacional. Neste caso nós defendemos a elevação de tarifas. Em qualquer relação comercial sempre se coloca, no caso do movimento sindical, o que isso pode favorecer nas condições de trabalho, na oferta de emprego bem remunerado e na garantia de emprego. Consideramos que o governo brasileiro tem uma posição muito mais avançada do que qualquer outro governo passado, mas mesmo assim, temos muitos embates, e questionamos por várias vezes algumas posturas, pois gostaríamos de ter uma participação maior nos processos de negociação".


"As negociações na América Latina, no Mercosul, ainda são pautadas pelas relações comerciais, secundarizando o lado social. Temos pressionado o governo brasileiro para que qualquer relação que se estabeleça, quer seja com a comunidade econômica européia ou mesmo em viagens internacionais do governo brasileiro, que o movimento sindical esteja presente", diz João.


Schulz questiona o jornalismo internacional e ressalta que na sua concepção vários organismos internacionais precisam ser profundamente reformulados. João Felício diz que a CUT compartilha desta concepção e cita o exemplo da posição subalterna em que a ONU se colocou quando da invasão do Iraque e do Afeganistão pelos Estados Unidos. "Sabemos inclusive que o governo norte-americano exerce uma pressão muito forte sobre a OIT - Organização Internacional do Trabalho para que ela abandone sua concepção histórica e deixe de ser uma mediadora entre capital e trabalho para ser mais uma organização que leve em consideração apenas o comércio, a opinião dos patrões e dos governos, sem levar em consideração as questões dos trabalhadores", reitera.


Outro ponto importante debatido foi a questão do livre comércio. João Felício fala sobre a posição da CUT de que qualquer tratado deve levar em consideração as questões locais, a soberania do país para que não haja nenhuma forma de protecionismo, de ambas as partes. "Claro que há protecionismo por parte dos EUA e da UE, mas numa situação como a nossa onde temos interesse no progresso e na consolidação de uma indústria nacional, ao mesmo tempo em queremos a elevação e justiça social no mundo todo, de forma que todos os países possam alcançar um alto grau de desenvolvimento econômico e social, há a necessidade de se compreender a situação dos países do terceiro mundo pra que seja possível crescer conjuntamente. O contrário disso, seria como entrar em campo com um time de futebol com jogadores despreparados, sem o mínimo conhecimento futebolístico para disputar uma copa do mundo: claro que vai perder", diz Felício.


A reunião que durou praticamente toda a parte da manhã foi finalizada com um tom otimista, acenando para trocas de experiências e diálogos que compartilhem concepções sobre crescimento econômico e combate ao desemprego.

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