Documentos inéditos revelam como Che Guevara foi executado

Che: morto em pé, de mãos atadas
Esses documentos são fundamentais para a reconstrução da história da guerrilha liderada por Che Guevara nas serras bolivianas. Já se sabe como foi o cerco militar, armado no dia 8 de outubro de 1867, que antecedeu a prisão de Che e de outros guerrilheiros na província de La Higuera. O processo foi descrito em um longo e detalhado relatório elaborado pelo Exército dos Estados Unidos.
O documento, de 28 de novembro de 1967, mostra a versão dos americanos para o momento da execução de Guevara, no começo da tarde de 9 de outubro. Che não tremeu na hora de morrer com oito tiros de carabina M2, sustenta a insuspeita versão norte-americana: "Saiba que está matando um homem", disse o prisioneiro para o algoz, um sargento chamado Mario Terán.
Segundo o Exército dos Estados Unidos, três soldados - Encinos, Choque e Balboa - "foram os primeiros bolivianos a pôr as mãos em Che". Nenhum deles falou sobre a reação do guerrilheiro na hora da prisão. Não se sabe de onde surgiu a versão de que Guevara pediu clemência aos militares.
Ainda neste relatório do Exército, surge uma informação que compromete a versão publicada no livro do agente da CIA, o cubano Félix Rodríguez, no qual ele conta que tentou evitar o assassinato de Che. A proposta teria sido recusada pelo coronel Joaquín Zenteno, comandante militar da região onde o líder da guerrilha foi capturado.
"Zenteno havia deixado ordens para que os prisioneiros fossem mantidos vivos", diz o relatório do Exército dos Estados Unidos. "Os oficiais não sabiam de onde provinham as ordens (da execução), mas acreditavam que tivessem sido dadas pelos escalões mais altos do Exército."
É uma suposição. A outra é de que a CIA tramou a execução. Sobre as duas versões há evidências aqui e acolá. Mas não há base factual capaz de sustentar um veredicto final. Toda essa nova papelada consolidam algumas versões e derrubam outras. Mas deixam entrever que, 40 anos depois da morte de Che Guevara, a verdade, para surgir inteira, terá de aguardar a liberação de informações ainda embargadas aos pesquisadores.
Da Redação, com informações da CartaCapital