O banco holandês foi comprado pelo consórcio Santander, Fortis e RBS em outubro do ano passado e segundo informações do próprio consórcio na época, a fusão pode ocasionar a demissão de 19 mil bancários em todo o mundo.
No Brasil, a legislação não protege os trabalhadores em caso de fusão, ao contrário da legislação européia. "Na Europa, o ABN já se reuniu com os funcionários e esclareceu as modificações. Obtivemos informação de que os bancos pretendem iniciar o processo de incorporação ainda em março, mas não sabemos o que será modificado", explica Luis Diogo, integrante do COE do ABN Real e diretor do Sindicato dos Bancários de Pelotas.
"Os bancários do ABN e do Santander estão apreensivos pela falta de informações e pela perspectiva do grande número de demissões", continua Diogo. "O movimento sindical está tentando uma negociação com o banco para discutir a garantia de emprego para os funcionários no Brasil, pois nossa legislação não protege o emprego em caso de fusão", explica. "Queremos saber quando iniciará o processo, quais áreas serão afetadas e garantias de emprego", continua.
A soma dos dois bancos vai resultar em 54 mil funcionários (31 mil do Real e 23 mil do Santander) e mais de 2 mil agências no País. Com a grande sobreposição de agências, as demissões podem chegar a dez mil, segundo especulações do mercado.
Ainda no início de fevereiro, o Santander anunciou na Espanha a compra integral das operações da Global Clientes do Banco ABN no Brasil e suas subsidiárias estrangeiras, que inicialmente ficariam com o RBS. "Portanto, além dos ativos no Brasil, Uruguai e no Paraguai, agora também a operação de clientes globais do Banco Real ficará sob a gestão do Santander", disse o CEO do Santander, Alfredo Saenz.
O RBS deve controlar os negócios na Argentina, Chile, Colômbia, México e Venezuela. O banco escocês ainda deve estabelecer presença no Brasil, com o apoio do Santander.