Secretariado da CTB aprova ampla campanha de filiação
O secretariado da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), reunido na quarta-feira (27), decidiu que a Central deve intensificar o processo de filiação de entidades sindicais. "Até agora, segundo informações do Ministério do Trabalho, 143 sindicatos pediram a filiação", informa Pascoal Carneiro, secretário-geral da CTB. A meta, segundo ele, é atingir brevemente 400 entidades. Para concretizá-la, o secretariado aprovou uma ofensiva em âmbito nacional.
Nos dias 19 e 20 de março, a direção executiva da CTB estará reunida para analisar os detalhes da campanha de filiação, o processo de legalização e traçar novas metas para a consolidação da central. "Já estamos na fase intermediária de legalização e para atingirmos a nossa meta de 400 sindicatos filiados será necessária uma ofensiva ampla, com o envolvimento de todos os dirigentes e militantes da CTB", diz Pascoal.
Relações de trabalho
O secretariado também ouviu a exposição do jornalista Umberto Martins, assessor da CTB, sobre a "minuta para discussão" das "Diretrizes de um acordo a respeito da reconstrução das relações entre o trabalho e o capital no Brasil" que o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, entregou à central em reunião realizada no dia 20 de fevereiro no escritório da Presidência da República em São Paulo. Umberto Martins apresentou um documento com uma análise preliminar da "minuta" e comentou que o assunto demanda "um posicionamento criterioso da CTB".
Para ele, a proposta de desoneração da folha de salário (ou folha de pagamento) merece atenção imediata. "A CTB não tem uma posição definida, mas a meu ver pode apoiar medidas neste sentido se também chegar ao entendimento de que sejam necessárias para combater a informalidade - desde que os direitos da classe trabalhadora não sejam colocados em xeque", diz ele. "Cabe lembrar aqui que o governo já se adiantou neste sentido ao propor o fim do salário-educação e a desoneração da contribuição previdenciária das empresas", explicou.
Legalização das centrais
Outro assunto debatido foi a proposta de reforma tributária apresentada pelo governo. Para o secretariado da CTB, o Brasil precisa de uma reforma tributária que contemple basicamente o papel do Estado como um ente importante para a distribuição de renda e a garantia das conquistas sociais. Um documento aprofundando este pressuposto deve ser elaborado e submetido a debate para que a CTB tenha uma posição sobre o assunto.
O último ponto da pauta foi o processo de legalização das centrais. Wagner Gomes, o presidente da CTB, informou que em reunião com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, os presidentes das centrais explicaram o entendimento comum sobre as mudanças de forma propostas para a organização sindical. "A votação na Câmara dos Deputados deve ocorrer na semana que vem e a reunião com o ministro foi importante porque ressaltamos aspectos relevantes sobre o funcionamento do movimento sindical", explicou Wagner Gomes.