A CTB é uma alternativa
A greve este ano foi bastante intensa, especialmente na Bahia. Desde março percorremos quase todas as agências do Estado, com Encontros regionais e manifestações, além de termos realizado os Congressos por banco e as Conferências Interestadual e Nacional. Esse esforço surtiu efeito com a ampla mobilização da categoria, que se mostrou disposta a enfrentar a ganância dos bancos.
No entanto, a campanha começou com um índice bastante aquém da
lucratividade obtida pelo sistema financeiro. A CTB defendia o aumento
real de 10% acima da inflação, mas fomos derrotados na Conferência
Nacional. Sem falar que não fez parte de nossa pauta a recuperação das
perdas salariais da era FHC, pois nossa proposta também foi rejeitada
pela maioria dos delegados.
Os bancários precisam participar das discussões desde o início do
ano, pois o momento da construção da minuta de reivindicações é
fundamental para termos êxito nas negociações.
Nosso movimento é nacional, não comportando negociações regionais,
de modo que, na reunião do Comando Nacional, entendíamos que a greve
poderia ter continuado para avançar em outros itens, bem como melhorar a
proposta econômica. Contudo, a CTB é minoritária no Comando e nossa
posição foi, mais uma vez, derrotada.
Mesmo assim, orientamos nossos sindicatos e militantes em todo país
a defenderem a continuidade da greve. Fomos vitoriosos na Caixa, no BB e
no BNB, pois diversas assembléias mantiveram a greve em mais de uma
dezena de Estados. Isso foi uma grande demonstração de insatisfação com a
orientação majoritária de nosso Comando Nacional.
O fato de grandes Estados terem permanecido em greve, atropelando a
posição da CUT, foi um elemento importante para apontar que os
bancários querem uma nova direção para o movimento. Há diferenças de
concepções sobre a forma de conduzir a luta. A CTB é uma alternativa,
fortalecê-la e convencer mais colegas a acompanharem os bancários
classistas são tarefas inadiáveis para que tenhamos mais autonomia e
independência na construção das próximas campanhas salariais.
Augusto Vasconcelos é funcionário da Caixa Econômica Federal e representa os bancários da Bahia e de Sergipe