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9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

Estratégias de luta dos trabalhadores na conjuntura atual

O melhor caminho na luta pela manutenção de direitos e de garantias em ambiente de crise e retração da atividade econômica, assim como para preservar os instrumentos e ferramentas de luta que permitam a retomada de eventuais perdas conjunturais, é investir em formação.

O desenvolvimento de estratégia dos trabalhadores, por intermédio do movimento sindical, deve considerar as três dimensões possíveis da luta política, com propostas e ações: 1) alternativa, 2) defensiva, e 3) reativa.

Na dimensão alternativa, o movimento deve propor e trabalhar a construção de consensos em relação aos temas macro, como o modelo de desenvolvimento, cuja concepção precisar estar voltada para garantir a preservação de direitos e dos programas de proteção social.

Nessa perspectiva, as propostas devem estimular a formulação de políticas públicas, bem como a utilização dos instrumentos de política econômica que apontem para: 1) preservação e recuperação da demanda interna, 2) geração de emprego e renda, com garantia de financiamento e ampliação do crédito, e 3) retomada do crescimento econômico, a partir da redução dos custos de produção, especialmente da taxa de juros.

Na dimensão defensiva, deve-se priorizar a busca de alianças e coalizões para defender ou proteger os direitos e garantias dos trabalhadores sob ameaça patronal ou governamental, evitando ficar descoberto. São exemplos disso, na luta institucional, a tentativa da bancada empresarial no Congresso de sustar a vigência de portarias, orientações ou instruções normativas de proteção ao trabalho.

A prioridade, num cenário desses, é buscar meios para se defender ou evitar vulnerabilidade, articulando para impedir ou evitar a deliberação, já que qualquer alternativa será ruim, e o enfrentamento no voto será sinônimo de derrota, dada a correlação de forças no interior do Parlamento.

Na dimensão reativa, como ela está condicionada ou subordinada à iniciativa dos grupos adversários, a estratégia consiste na oposição política, ou seja, se a proposta vem numa direção, aposta-se na direção inversa ou no oposto.

Cada situação irá requerer um tipo de estratégia e o movimento, em geral, e a liderança, em particular, deve ser capaz de fazer a leitura correta da conjuntura, sob pena de derrota.

O melhor caminho na luta pela manutenção de direitos e de garantias em ambiente de crise e retração da atividade econômica, assim como para preservar os instrumentos e ferramentas de luta que permitam a retomada de eventuais perdas conjunturais, é investir em formação.

Para ajudar nesse processo, recomenda-se a leitura da recém-lançada cartilha do DIAP, com o título "Análise de conjuntura: como e por que fazê-la", uma publicação que traz dicas, sugestões e roteiros para uma leitura da realidade política, econômica e social.

antonio augusto queiroz Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap

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