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9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

Uma greve para não esquecer

Everaldo Augusto
Participei e prestei solidariedade a muitas greves, de diversas categorias, durante a minha participação no movimento sindical, seja como presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia e da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe ou como presidente da CUT Bahia. Porém, poucas vezes eu vi uma greve como esta.

O primeiro fato marcante foi a adesão massiva dos trabalhadores, sobretudo nos bancos privados, onde os mecanismos de coerção dos banqueiros extrapolam todos os limites de uma relação de emprego no regime democrático. Nesses bancos, historicamente, os empregados são impedidos pelas ameaças de participar do movimento.  Todos sabem que a participação dos bancários da Bahia nas greves é sempre maior do que em outros Estados. Tudo bem, mas, mesmo assim, desta vez quebramos nossos próprios recordes.

Durante os 21 dias do movimento a adesão ultrapassou 90%. Vários bancos tiveram todas suas unidades paralisadas. Dezenas de cidades ficaram sem banco durante a greve. Tenho certeza que esta adesão demonstra que os bancários deram um salto na sua consciência de classe, ao compreender que uma das grandes vantagens da conquista de governos democráticos, como são os governos da presidente Dilma e de Jacques Wagner na Bahia, é que na democracia nós lutamos em melhores condições e temos melhor interlocução com a sociedade. A ausência da polícia na porta das agências bancárias para reprimir a greve e a decisão da justiça trabalhista em se recusar a criminalizar a greve, anulando os interditos proibitórios concedidos na Bahia, são emblemáticos do novo quadro político em que vivemos.

Por fim, e não menos importante, o papel do Sindicato dos Bancários da Bahia e da Federação dos Bancários na organização do movimento foi decisivo para convencer a categoria a participar da greve. Foram mais de trezentas manifestações e reuniões nos locais de trabalho nas semanas em que antecederam a greve. Além do trabalho organizativo, a atividade de comunicação sindical e a condução democrática das assembléias também contribuíram para o sucesso da greve nos setores privado e público. 

Com certeza essa foi uma greve para não se esquecer. Parabéns aos bancários e bancárias.

*Everaldo Augusto é ex-presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia e da CUT Bahia.

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