Vamos extinguir as emendas parlamentares
A atual “crise” de relação entre o executivo e o Legislativo Federal, nos leva mais uma vez a refletir sobre o papel dos poderes, dos partidos e agentes que ocupam cargos públicos. Com as proximidades das eleições municipais o Governo Federal que goza de grande popularidade se vê refém de sua própria base parlamentar, a exigir o cumprimento das famosas emendas parlamentares e da ocupação de mais cargos executivos.
Os partidos que apoiam o governo deveriam sim, estarem imbuídos do espírito de nomear independentemente da localidade ou do estado de origem os seus melhores quadros para colaborar para boa administração do país, tendo como principio a busca da competência e eficiência e através de serviços prestados projetarem lideranças a vindouras disputas eleitorais.
Quanto ao legislativo o Deputado Federal, foi eleito, primordialmente para legislar a todo o país e não para cumprir o papel de prefeito regional, submetendo os grandes temas nacionais a questões paroquiais como a reforma da ponte, a reforma do centro comercial, a construção da barragem, a pintura das quadras esportivas, a ampliação do hospital, todas com a sua devida importância, mas que não devem ser utilizadas como moeda de troca para aprovar um projeto lei que podem beneficiar a milhões de brasileiros, independentemente da sua cidade ou estado. Inclusive quem não tem vocação para pensar no bem comum e criar leis que possam melhorar a vida de muitos e exerce um mandato legislativo, certamente está no lugar errado.
As emendas parlamentares rebaixam o nível do debate sobre as questões nacionais e garantem a sobrevivência de muitos medíocres que utilizam a premissa de “fazer o bem a poucos e o mal a muitos”. Que nós precisamos é enfrentar o debate da reforma tributária e dotar todas as regiões e municípios de capacidade para obter do Orçamento Geral da União, quando necessário e de acordo com o grau de importância recursos para obras de valor significativo que extrapolam as receitas orçamentárias municipais e até estaduais.
Basta de clientelismo e fisiologismo! O cidadão merece respeito!!
Jorge Barbosa
Presidente do Sindicatos dos Bancários de Itabuna e Região