Termina a greve no Correios

Os funcionários da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) decidiram nesta sexta-feira encerrar a greve que paralisou a estatal desde quarta-feira da semana passada. Dos 33 sindicatos ligados à Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), 19 optaram pelo fim da greve em assembléias realizadas durante a tarde desta sexta. Para encerrar a paralisação, era necessário que pelo menos 18 dos sindicatos tomassem esta decisão.
L. C. Leite/Folha Imagem |
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As agências dos Correios funcionaram normalmente durante a greve |
Os empregados da estatal irão receber reajuste de 3,74%, abono de R$ 500, aumento linear de R$ 60 em janeiro, vale-alimentação extra de R$ 391 em dezembro, inclusão dos pais de novos funcionários no plano de saúde e auxílio-creche para até 7 anos de idade, além da não-reposição dos dias de paralisação.
No início da greve, a Fentect pedia reajuste de 47,77%, aumento linear de R$ 200, a negociação do plano de cargos e salários e a contratação de 25 mil funcionários. A proposta aprovada foi feita primeiramente pela ECT e, depois, reapresentada pela Justiça.
"Poderia ter sido melhor, principalmente na questão do reajuste", lamentou José Gonçalves, um dos representantes da Fentect no comando de greve. Segundo ele, por uma questão estatutária os sindicatos que rejeitaram a proposta também voltarão ao trabalho. Entre os que não aceitaram estavam funcionários de Estados estratégicos, como Rio Grande do Sul e Paraná.
Mastrangelo Reino/Folha Imagem |
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Dos 33 sindicatos no país, 19 aprovaram o fim da greve |
A ratificação do fim da greve ocorreu em audiência realizada no início da noite desta sexta na sede do TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília. Caso os funcionários levassem à audiência a posição de continuar a greve, o TST designaria um relator para o processo --que iria a julgamento através da SDC (Seção Especializada em Dissídios Coletivos) do órgão e poderia julgar a greve abusiva.
Folha Online
Depois de uma semana de greve nacional, com adesão de 78% dos Correios, a ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) aceitou nesta quarta-feira (19) fazer uma nova proposta e cedeu parcialmente às reivindicações do movimento, inclusive no aspecto salarial. O Comando de Negociação, que dirige a paralisação, decidiu encaminhar às assembléias de quinta-feira a proposta de aceitar o acordo. Mas foi uma decisão por maioria apertada, de quatro a três, refletindo o estado de espírito de parte da categoria.
Ecetistas na agência do Centro Cívico de Boa Vista, Roraima
O recuo parcial da direção da estatal ocorreu depois de uma reunião na manhã desta quarta, entre membros da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios, o ministro das Comunicações e o presidente da ECT, Carlos Henrique Custódio. O objetivo da reunião foi buscar uma saída para o impasse.
Proposta de abono subiu R$ 100
O acordo esboçado na reunião inclui um abono salarial de R$ 500, em vez dos R$ 400 oferecidos anteriormente. Os outros pontos permaneceram os mesmos: aumento linear R$ 60 para todos, a partir de janeiro, reajuste de 3,74%, vale-alimentação extra de R$ 391 em dezembro, inclusão dos pais de novos funcionários no plano de saúde e auxílio-creche para até 7 anos de idade. Além destes pontos, a empresa aceitou o não desconto dos dias parados. A proposta foi aceita tanto pelo ministro como pelo presidente da ECT.
Imediatamente após a audiência a Frente Parlamentar encaminhou as sugestões ao Comando de Negociação. Este voltou a se reunir com o presidente dos Correios para o detalhamento do acordo.
A decisão dos trabalhadores ficará a cargo das assembléias desta quinta-feira, convocadas pelos 33 sindicatos ligados à Fentect (Federação Nacional dos Empregados em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares). Caso o movimento continue, o impasse irá para o TST (Tribunal Superior do Trabalho). O ministro Milton de Moura França, vice-presidente do Tribunal, é o instrutor do dissídio e tentará buscar um acordo entre as partes. Se conseguir, o acordo deve ser homologado. Caso contrário, as partes envolvidas têm um prazo para apresentar seus argumentos.
Necessidade de um canal permanente
Os membros da Frente Parlamentar discutiram com o ministrro e o presidente da ECT a política de reestruturação implementada na empresa. Os parlamentares destacaram a necessidade da abertura de um canal permanente de diálogo com o Congresso Nacional e com os trabalhadores ecetistas.
O Deputado Daniel Almeida (PCdoB/BA), membro da Frente, intermediou e coordenou a audiência. Daniel considera-se satisfeito com o resultado e disse esperar que a partir de agora, efetivamente, a direção da ECT, se predisponha a debater o fortalecimento da instituição, assim como a valorização dos funcionários dos Correios. A expectativa do deputado também se reflete à abertura de um diálogo permanente da empresa com o Congresso.
Além de Daniel, participaram da reunião os deputados Nelson Pelegrino (PT/BA), Jô Moraes (PcdoB/MG), Perpétua Almeida (PCdoB/AC), Chico Lopes (PCdoB/CE), Geraldo Magella (PT/DF), Vicentinho (PT/SP), Jackson Barreto (PMDB/SE), Carlos Santana (PT/RJ), Paulo Rocha (PT/PA) e Viginatti (PT/SC).
Da redação, com agências
Por: Paula Brandão
A assessoria de imprensa da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) informou nesta terça-feira (18) que se a greve dos funcionários dos correios não for suspensa, a empresa entrará com ação de dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Em greve desde a noite da última quarta-feira (12/9), trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) continuam as paralisações em todo o país. Além de manifestações nos estados, os servidores organizaram uma passeata na Esplanada dos Ministérios para chamar a atenção do governo e do Congresso às suas reivindicações. Os servidores dos correios realizarão novas assembléias nesta terça para avaliarem os rumos do movimento.
A Federação Nacional dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (Fentect/CUT) estima que 80% da categoria estejam paralisados. No Paraná, os trabalhadores estão acampados há seis dias em frente à sede da empresa, em Curitiba. De acordo com levantamento do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) a greve já mobiliza 85% dos 6 mil funcionários das 360 agências do estado. No Rio, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas dos Correios no Rio de Janeiro, 70% dos funcionários aderiram à greve. Em Pernambuco, a adesão já conta com 85%.
Os trabalhadores reivindicam R$ 200 de aumento real linear, além da reposição das perdas salariais que, conforme cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), as perdas acumuladas desde 1994 totalizam 47,77%.
Ao todo, 108.659 mil pessoas trabalham na ECT, o maior empregador em regime CLT do país. Desse total, 56 mil recebem salários inferiores a R$ 800,00. "Estima-se que há um déficit de mais de 25 mil funcionários no quadro da ECT, principalmente no setor operacional. Os Correios aumentam a oferta de serviço, mas não há contratação efetiva proporcional à demanda, apesar dos concursos realizados recentemente. A empresa diz que o Ministério do Planejamento não autoriza mais contratações para não elevar a folha de pagamento. Em compensação, houve um crescimento de 11,7% na receita líquida da ECT em 2005-2006", informa a Fentect/CUT.
Segundo o secretário geral da Fentect/CUT, Manoel Cantoara, cerca de 90% dos funcionários dos Correios são do nível básico, recebendo salário inicial de R$ 524,07, sendo a base da pirâmide formada por 53 mil carteiros. "Temos 33 sindicatos filiados à nossa Federação e 95% da área ocupacional paralisada, pois há distorções salariais muito grandes e que precisam ser revistas. A direção da empresa e o Ministério das Comunicações tem que abrir negociação e respeitar o direito de greve, que está ocorrendo para que seja garantida justiça", afirma Cantoara, condenando a intransigência que busca derrotar o movimento com ajuizamento de dissídio coletivo e repressão. "O caminho é o diálogo", sublinha.
A direção dos Correios ofereceu um reajuste de apenas 3,74%, R$ 50 de aumento real a partir de janeiro de 2008 e um abono de R$ 400. A proposta, que ainda retira uma série de direitos já conquistados pela categoria, em especial na área de assistência médica, foi rejeitada em asembléias pelos trabalhadores.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, declarou nesta terça-feira que a negociação entre os Correios e os trabalhadores para tentar encontrar uma solução para a greve tem um limite financeiro de R$ 400 milhões. Esse valor, segundo ele, suporta o aumento sugerido pelo governo e não prejudicaria os planos de expansão da estatal. "Estamos num momento de expansão dos Correios. Mas não temos condições de suportar mais do que os R$ 400 milhões", disse. Costa se reúne com a direção dos Correios para repassar as propostas "na esperança de encontrar um caminho". Hélio Costa enfatizou que a proposta do governo deve ficar entre 7% e 9% de reajuste salarial, contudo não detalhou se a oferta incluiria benefícios.
Além de reposição salarial e aumento real, a categoria reivindica:
- Piso salarial de R$ 1.089,48.
- Licença-maternidade de 6 meses.
- Segurança nas agências dos Correios.
- Adicional de periculosidade.
* Com informações da FENTECT/CUT, SINTCOM-PR/CUT e Agência Brasil


Agências dos Correios de todo o país amanheceram fechadas nesta quinta-feira (13), primeiro dia oficial de greve da categoria. Após assembléias em vários estados nesta quarta (12), os funcionários da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) decidiram pela paralisação nacional por tempo indeterminado. O objetivo é reivindicar melhores condições de trabalho. A estimativa do diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores da ECT, José Gonçalves Jacó, é de que 100 mil trabalhadores, do total de 110 mil no País, aderiram ao movimento.
Mais de 100 mil em greve no Brasil
Dos 33 sindicatos da categoria, pelo menos 28 aderiram à greve. Apenas quatro estados ainda não iniciaram paralisação: Minas Gerais, Espírito Santo, Sergipe e Mato Grosso do Sul. Já, segundo a ECT, as 12.329 agências de todo o Brasil estão abertas, recebendo correspondências e a paralisação é parcial e localizada. A ECT já suspendeu os serviços de Sedex Hoje (que entrega correspondências no mesmo dia), Sedex 10 (que garante entrega até as 10h do dia útil seguinte ao da postagem) e de Disque-Coleta (de atendimento em domicílio) nesta quinta-feira (13), primeiro dia da greve. A ECT é maior empregadora em regime CLT do País e dos seus 110 mil funcionários, 56 mil recebem salários inferiores a R$ 800. Um carteiro recebe salário inicial bruto de R$ 524,08.
Reivindicações - Os carteiros reivindicam um aumento salarial de 20%, com a correção de 6,57% referente à inflação a partir de agosto. Exigem também um piso salarial de R$ 931, o atual é de R$ 448. Na rodada de negociações desta quarta, a empresa apresentou proposta de reajuste salarial de 3,74% enquanto que os carteiros querem um aumento real de R$ 200. A essa última proposta, os Correios ofereceram R$ 50, a serem pagos somente em janeiro. "Ainda é muito pouco. Um carteiro tem salário inicial de R$ 524 e um diretor recebe cerca de R$ 24 mil. Queremos um processo de recuperação salarial", explicou Jacó. Além de aumento no salário, os trabalhadores pedem licença maternidade por seis meses e adicional de insalubridade, além da defesa de o setor de correspondências e entrega de encomendas continue estatal. Segundo o Comando Nacional de Greve, a empresa informou "que não vai discutir" essas outras reivindicações. "Esperamos que o Governo, presidente da ECT, o Ministro das Comunicações Hélio Costa, Ministro do Planejamento Paulo Bernardes e o Presidente Lula tenham sensibilidade para atender as justas reivindicações dos trabalhadores", diz nota divulgada pela categoria. A nota também destaca que "os trabalhadores dos Correios estão preparados para a luta e a adesão é uma das maiores de todos os tempos."
Com a greve, quase 35 milhões de objetos deixaram de ser movimentados nesta quinta e cerca de 70% das cargas em aeroportos foram bloqueadas em todo o País, segundo Jacó. Rio de Janeiro Mais de 3.500 trabalhadores, de diversas localizações do estado, participaram da assembléia desta quarta que rejeitou a proposta da empresa ECT. Durante a leitura do informe do Comando Nacional de Negociação, que indicou a paralisação, os trabalhadores vaiaram cada cláusula onde são apresentadas perdas nos direitos sociais. Para a secretária-geral do Sindicato, Ana Zélia, ''a empresa vai se surpreender com a greve, que vai fazer história no Rio de Janeiro''. São Paulo Cerca de 34 dos 37 mil trabalhadores do estado já cruzaram os braços nesta quinta. A greve foi decidida na assembléia realizada na Praça da Sé, na região central da capital paulista nesta quarta. Os funcionários da região de Bauru, no interior do Estado, vão esperar nova negociação para decidir sua adesão ao movimento.
Piquetes estão sendo organizados para impedir o funcionamento de agências da ECT, inclusive nos terminais de distribuição de correspondência e encomendas, em Vila Leopoldina, na zona oeste, e até mesmo no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Na manhã desta quinta-feira, entre 8h e 9h30, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), cerca de 60 trabalhadores dos Correios realizaram uma manifestação no acostamento da Marginal Tietê, no sentido Castelo Branco, cerca de 500 metros antes da ponte do Tatuapé. O trânsito não foi afetado.
A categoria deve realizar na tarde desta quinta assembléia no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. Eles também defendem que O sindicato da categoria é filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Paraná No Paraná, cerca de 600 trabalhadores participaram da assembléia realizada em Curitiba, que decidiu pela paralisação por tempo indeterminado. A decisão foi unânime nas assembléias realizadas também em Londrina, Ponta Grossa, Cascavel, Maringá, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Pato Branco. Logo após a assembléia, os manifestantes seguiram em passeata até a sede dos Correios, onde passaram à noite acampados.
Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues dos Santos, cerca de 1,8 milhão de correspondências simples, 60 mil registradas, e 30 mil Sedex deixaram de ser entregues em todo o estado. Ele calcula uma adesão imediata de cerca de 80% dos seis mil funcionários nas 360 agências do estado. "Estamos sabendo que a empresa está mantendo contato com o Exército para realizar este trabalho, o que consideramos um absurdo", disse. De acordo com o sindicalista, a greve ocorre dois meses depois de serem esgotadas todas as tentativas de negociação. O secretário pediu à população que entenda que esse foi o último recurso da categoria na reivindicação dos seus direitos. Para ele, a responsabilidade pelos transtornos deve ser atribuída "a intransigência da direção dos Correios e não aos servidores".
Pernambuco - Em Pernambuco, de acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa dos Correios e Telégrafos (Sintec-PE), Juarez Araújo, a adesão foi de 90% entre os funcionários da área operacional (carteiros, atendentes comerciais e trabalhadores dos setores internos) e de 20% entre os funcionários dos setores administrativos. "Nós precisamos explicar à população que a greve tem razões justas. Estamos nesse movimento para ver se melhoramos os salários e conquistamos condições de vida mais digna. Os carteiros, que recebem um salário mensal de R$ 524, trabalham sobrecarregados. Eles precisam de um percentual de periculosidade, já que enfrentam riscos de assaltos entrando em favelas, de atropelamentos e ainda de serem mordidos por cães", disse Roberto Alexandre da Silva, diretor do sindicato.
Os grevistas programaram para esta quinta a realização de piquetes em frente ao Edifício sede dos Correios, na Avenida Guararapes, onde funcionários da área administrativa da instituição continuam trabalhando. O sindicato alega que em Pernambuco existe um déficit de 200 carteiros atualmente.De acordo com Aloísio Tenório, secretário geral do Sindicato, com a greve a média é de que 25 toneladas de encomendas fiquem retidas por dia.
Da redação, com agências