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9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

Bancos disputam folhas salariais dos governos estaduais

A disputa entre os gigantes Banco do Brasil e Bradesco pela liderança do mercado bancário do país está cada vez mais acirrada. Sem ter autorização governamental para crescer comprando bancos, o BB aposta alto em convênios com estados para pagamento de folha de pagamento e incorporação de bancos federalizados. Tudo para não ceder o lugar no ranking de ativos ao seu maior concorrente privado. Ontem, o secretário da Fazenda da Bahia, Carlos Martins, surpreendeu o Bradesco ao anunciar a transferência da conta do estado para o BB. Com isso, o pagamento dos 250 mil funcionários do governo baiano, entre ativos e inativos, passará a ser feito pelo banco estatal, que ofereceu R$ 485 milhões por um contrato de cinco anos.

Em nota à imprensa, o Bradesco divulgou que está estudando a adoção de eventuais medidas judiciais, embora continuem abertas as negociações com o governo da Bahia. "O contrato em vigor está revestido de toda a legalidade, inclusive com a adesão do Ministério Público Estadual", informou. O montante financeiro das contas do executivo baiano varia entre R$ 10 bilhões e R$ 11 bilhões. A instituição financeira tinha um contrato com o governo até 2009.

Essa não foi a primeira vez que o maior banco privado do país perde um contrato de folha de pagamento de governo estadual para o BB. Em julho, o Bradesco ficou sem a folha de pagamento dos funcionários públicos do Maranhão. A administração local decidiu centralizar todos os seus serviços bancários e movimentação financeira no BB em troca de investimentos de R$ 1 bilhão na instituição financeira do estado. Nesse caso, o Bradesco, ao comprar o Banco do Estado do Maranhão (BEM), em leilão de privatização em 2004, ganhou o direito de explorar a folha de pagamento dos servidores públicos estaduais até 2010. O banco privado entrou na Justiça para questionar o rompimento do contrato.

Incorporações
Mas o Banco do Brasil não está satisfeito e pretende ampliar seus ativos com as incorporações do Banco de Brasília(BRB), do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e do Banco do Estado do Piauí (BEP). Em relação ao Besc, as negociações estão adiantadas. Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), fecham contrato de prestação de serviço que representará o primeiro passo para a incorporação do Besc pelo BB. O valor do acordo é de R$ 250 milhões pelo prazo de 60 meses para a centralização e processamento da movimentação financeira do estado de Santa Catarina e a folha de servidores da administração estadual.

Também será assinado o termo aditivo ao contrato do Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (Proes), relativo ao Besc e ao Besc S/A - Crédito Imobiliário (Bescri). A medida retira o banco catarinense do Programa Nacional de Desestatização (PNB), permitindo a incorporação da instituição pelo BB. Durante a vigência desse contrato, o BB se comprometeu em manter a marca atual na rede de agências Besc e preservar o atendimento em todos os municípios atendidos pela instituição financeira catarinense. O prazo final para incorporação será de 12 meses. Ontem, foi a vez do governador do estado do Piauí, Wellington Dias, ir ao BB para negociar a incorporação do BEP. Ele se reuniu com o presidente do BB, Antonio Francisco Lima, para tratar do assunto.

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