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É comum que os correntistas fiquem sem saber a que se referem aqueles pequenos, porém constantes, descontos que aparecem no extrato de contas. Com as taxas de juro em queda, os bancos têm elevado seus ganhos com a cobrança de serviços dos clientes, a ponto de o assunto ter sido alvo de um pedido de investigação da Procuradoria da República e de uma audiência pública no Senado na semana passada.
Depois da intervenção do Ministério do Planejamento no segmento de crédito consignado, na sexta-feira, aumentaram as apostas de que também as promessas do governo de apertar a regulação na cobrança de tarifas bancárias até o final do ano serão cumpridas.
O aumento da cobrança sobre o valor e a incidência das tarifas fez a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tomar a iniciativa. Há um mês, criou um site para consulta e comparação de preços, o Sistema de Divulgação de Tarifas de Serviços Financeiros (Star), que abrange 11 bancos. Até a semana passada, foram quase 150 mil acessos, que resultaram em 6,2 milhões de consultas.
Conforme levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), na média as tarifas dos grandes bancos foram corrigidas entre 39,81% e 954,17% de 2001 a 2006, para uma inflação acumulada no período de 50,6%, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que, em 1994, o ganho com cobrança de serviços representava 26% da despesa com pessoal. Em 2005, a relação saltou para 102,3%.
*ZH
22/10/2007
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