Em audiência, presidente do Cade diz que espera informações do Santander
Contraf-CUT relata à presidente do Cade, Elizabeth Farina, aspectos da fusão no Brasil, como concentração bancária, formação de cartel, desemprego e mau atendimento
(São Paulo) Na audiência que aconteceu nesta quinta-feira em Brasília, a direção da Contraf-CUT apresentou à presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Cade, Elizabeth Farina, os aspectos negativos da fusão entre Santander e ABN Real no Brasil.
Entre os principais aspectos estão a concentração bancária, que prejudica a população e fortalece a formação de cartel. Foram apresentados números que demonstram como os bancos brasileiros cobram taxas de juro e tarifas muito próximas, além de todos adotarem a mesma prática de excluir a população de baixa renda.
Outra informação levada foi que nas fusões/incorporações que já ocorreram não houve melhoras para a população. Ao contrário, os bancos só aumentaram as tarifas cobradas dos clientes. Como comparação, essas tarifas antes cobriam cerca de 30% da folha de pessoal, hoje correspondem, em alguns casos, a mais de 200%. Sem contar a redução do número de funcionários e agências.
No caso do Santander, vem ocorrendo também o fechamento de agências pioneiras, as únicas em pequenos municípios, que eram mantidas pelo Banespa.
A presidente do Cade afirmou que solicitou informações à direção do Santander, que até agora não as enviou. Outro ponto que considerou foi que até esta semana havia conflito de competência entre a entidade que dirige e o Banco Central sobre quem julgaria a fusão, mas que esse conflito foi desfeito pelo Tribunal Regional Federal, TRF, de Brasília, que decidiu ser função do Cade julgar a questão.
"Pedimos, na audiência, que o Cade tome as devidas providências e dê garantias à sociedade em relação a um setor tão vital ao país como o financeiro", afirma Carlos Cordeiro, secretário geral da Contraf-CUT.
"E que no processo haja garantia da manutenção dos empregos, o que já ocorre em países europeus em caso de fusões e aquisições. Essa não é uma discussão corporativa, mas sim sobre o futuro e a regulamentação do sistema financeiro nacional."
Audiência no Senado Federal
O Cade foi convidado a participar de audiência Pública no Senado Federal, que ocorrerá por iniciativa do senador Aloizio Mercadante.
Em novembro também acontece seminário organizado pela Contraf-CUT em que serão convidados órgãos do governo e entidades da sociedade civil para discutirem os efeitos da incorporação e a regulamentação do sistema financeiro nacional. O Cadê já confirmou sua participação.
Fonte: Contraf-CUT
Foto: Augusto Coelho
(São Paulo) Na audiência que aconteceu nesta quinta-feira em Brasília, a direção da Contraf-CUT apresentou à presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Cade, Elizabeth Farina, os aspectos negativos da fusão entre Santander e ABN Real no Brasil.Entre os principais aspectos estão a concentração bancária, que prejudica a população e fortalece a formação de cartel. Foram apresentados números que demonstram como os bancos brasileiros cobram taxas de juro e tarifas muito próximas, além de todos adotarem a mesma prática de excluir a população de baixa renda.
Outra informação levada foi que nas fusões/incorporações que já ocorreram não houve melhoras para a população. Ao contrário, os bancos só aumentaram as tarifas cobradas dos clientes. Como comparação, essas tarifas antes cobriam cerca de 30% da folha de pessoal, hoje correspondem, em alguns casos, a mais de 200%. Sem contar a redução do número de funcionários e agências.
No caso do Santander, vem ocorrendo também o fechamento de agências pioneiras, as únicas em pequenos municípios, que eram mantidas pelo Banespa.
A presidente do Cade afirmou que solicitou informações à direção do Santander, que até agora não as enviou. Outro ponto que considerou foi que até esta semana havia conflito de competência entre a entidade que dirige e o Banco Central sobre quem julgaria a fusão, mas que esse conflito foi desfeito pelo Tribunal Regional Federal, TRF, de Brasília, que decidiu ser função do Cade julgar a questão.
"Pedimos, na audiência, que o Cade tome as devidas providências e dê garantias à sociedade em relação a um setor tão vital ao país como o financeiro", afirma Carlos Cordeiro, secretário geral da Contraf-CUT.
"E que no processo haja garantia da manutenção dos empregos, o que já ocorre em países europeus em caso de fusões e aquisições. Essa não é uma discussão corporativa, mas sim sobre o futuro e a regulamentação do sistema financeiro nacional."
Audiência no Senado Federal
O Cade foi convidado a participar de audiência Pública no Senado Federal, que ocorrerá por iniciativa do senador Aloizio Mercadante.
Em novembro também acontece seminário organizado pela Contraf-CUT em que serão convidados órgãos do governo e entidades da sociedade civil para discutirem os efeitos da incorporação e a regulamentação do sistema financeiro nacional. O Cadê já confirmou sua participação.
Fonte: Contraf-CUT
Foto: Augusto Coelho