Começa o julgamento público de Fujimori
No massacre, 25 pessoas foram executadas por um esquadrão paramilitar do Exército no Bairro Altos (15 mortos, em 1991) e na Universidade da Catunta (10 mortos, em 1992). Esses crimes foram perpetrados pelo grupo paramilitar Colina. O outro caso se relaciona aos seqüestros do jornalista Gustavo Gorriti e do empresário Samuel Dyer Ampudia, que foram detidos ilegalmente e levados aos sótãos do Serviço de Inteligência do Exército (SIE).
A acusação tentará estabelecer que Fujimori aprovou essas ações, que ocorreram no marco da luta contra as guerrilhas do Sendero Luminoso e do Movimento Revolucionário Túpac Amaru (MRTA). O chefe militar do grupo Colina, Santiago Rivas, acusou Fujimori de ser autor intelectual dessas ações. O advogado de defesa, César Nakazaki, pretende demonstrar que as imputações contra Fujimori por parte de Rivas não são críveis, porque ele busca se beneficiar com elas.
A Promotoria pediu 30 anos de cárcere e indenizações que ultrapassam os 33 milhões de dólares. Foi solicitado ao Supremo Tribunal que Fujimori pagasse 100 milhões de nuevos soles de reparação civil aos afetados nos casos Bairros Altos e Catunta. Outros 300 mil nuevos soles devem ser pagos a cada um dos afetados pelo crime de seqüestro.
O tribunal realizará sessões três vezes por semana e garantiu um processo justo e transparente com acesso à imprensa. Além do processo por direitos humanos, Fujimori deverá responder ante a justiça por cinco casos de corrupção. Quatro desses processos serão iniciados em data ainda por determinar e um quinto, por invasão de domicílio, que foi realizado de forma abreviada e receberá sua sentença amanhã (11), segundo a justiça.
No Peru, as penas não são acumulativas, por isso, caso seja condenado, Fujimori somente cumprirá a pena mais alta a que seja imposto. Desde que chegou do Chile, o ex-mandatário está confinado na Escola das Forças Especiais da Polícia (DIROES), a leste de Lima.
Com informações da imprensa local