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Outubro Rosa 2022

Ato pró-CTB mobiliza trabalhadores para marcha em Brasília

''Vida longa a CTB''. A frase encerrou a fala de Wagner Gomes, da comissão nacional Pró-CTB, no ato de lançamento da Central dos Trabalhadores do Brasil, na tarde desta terça-feira (4), na Câmara dos Deputados, em Brasília. O lançamento da central sindical no Distrito Federal encerra as etapas estaduais de fundação da entidade e serve para mobilizar os integrantes para a marcha dos trabalhadores desta quarta-feira (5) em Brasília.




O ato contou com a fala de vários sindicalistas e parlamentares. A tônica dos discursos foi o caráter apartidário da entidade. Segundo Gomes, esse foi um dos motivos que atraiu um número maior do que o esperado de sindicatos para a CTB. Para o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), que falou em nome da bancada do partido, a criação da CTB é resultado de ''um grito contido''



Na plenária nacional de fundação da entidade, nos próximos dias 12, 13 e 14, em Belo Horizonte (MG), é esperada a participação de 700 sindicatos.



Joilson Cardoso, também membro da comissão nacional, saudou Wagner Gomes como o presidente da CTB, e destacou que ''o nosso ideário (de formação da central sindical) vem de longa data. Não somos novos'', enfatizou, acrescentando que a CTB nasce motivado pela questão de gênero: ''Não há libertação da classe trabalhadora sem libertação da mulher'', disse.



A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que falou em nome da União Brasileira de Mulheres (UBM) elogiou a proposta da central de aceitar o desafio de representar classe dos dois sexos, destacando as dificuldades das mulheres de alcançarem as instâncias de poder. Na Câmara dos Deputados, as mulheres representam apenas 8% dos parlamentares e a classe trabalhadora, cerca de 2% das deliberações da Casa.



João Lopes, membro da comissão pró-CTB-DF, diz que a escolha da data para o lançamento no DF - às véspera da Marcha - serviu para aproveitar a presença de lideranças nacionais e parte da coordenação estadual para mobilizar um número significativo de pessoa ligados a CTB no Distrito Federal para a Marcha dos Trabalhadores por 40 Horas Semanais.



Wagner Gomes destacou o trabalho de construção da CTB - iniciativa da Corrente Sindical Classista (CSC) com Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB), que saíram da CUT - e os trabalhadores rurais. ''Tivemos uma surpresa positiva, contávamos com um número (de filiados) que vamos ultrapassar de longe. Outra surpresa é a adesão de federações dos trabalhadores rurais'', enumerando os vários estados que aderiram à CTB - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia.



Ele também destacou a adesão de grandes sindicatos como dos metroviários de São Paulo, que ele preside, e dos metalúrgicos do Rio de Janeiro, Caxias do Sul (RS), Betim (MG), Angra dos Reis (RJ), São Luis do Maranhão, Jaguariúna (SP) e Bahia.



Entidade plural



Para Wagner Gomes, o que atraiu grande número de sindicatos para a CTB é o fato de que ''estava faltando no movimento sindical uma central que pudesse transmitir o que vai ser nossa marca - uma entidade plural, democrática e de luta''. Ele disse ainda que ''muitos sindicatos não se filiavam à uma central porque não encontrava esse espaço''.



O futuro presidente da CTB enfatiza que ''para ter futuro, a Central dos Trabalhadores do Brasil tem que ser plural e apartidária, para garantir espaço de participação para todos''. Ele acredita que a CTB será a terceira maior central sindical do Brasil.



Questão decisiva



Além da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário, Wagner Gomes aponta como  ''a questão decisiva para os trabalhadores é o desenvolvimento com distribuição de renda, que é a base de todas as demais lutas dos trabalhadores brasileiros''. Ele lembra que a luta do trabalhador é garantir um projeto de país com desenvolvimento e distribuição de renda, que reflete automaticamente na vida do trabalhador'', acrescentando que ''não podemos ficar fora desse debate, porque tudo é conseqüência disso''.



O dirigente sindical também avalia o projeto de regulamentação das centrais sindicais que tramita na Câmara. Ele acredita que ''o projeto de regulamentação das centrais está resolvido e nós já temos condições de ser legalizados, porque atendemos aos critérios para isso''. Com relação à polêmica sobre a cobrança do imposto sindical, ele julga que ''está caminhando para solução, com a alternativa de que o imposto seja aprovado em assembléia'', disse, destacando que o imposto é importante porque financia a atuação dos sindicatos.



De Brasília

Márcia Xavier

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