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Bancários de Pernambuco entram em greve por tempo indeterminado

Os bancários de Pernambuco cruzam os braços por tempo indeterminado, a partir desta sexta-feira, 3 de outubro. É o que decidiu assembléia com cerca de 700 bancários, na noite desta quinta-feira, na sede do Sindicato - com surpreendente, e bem-vinda, participação de trabalhadores dos bancos privados. A greve nos bancos é geral, em todo estado de Pernambuco. Portanto, todos na porta dos bancos. A ordem é cada bancário de banco público fechar sua agência e ajudar a parar a unidade de banco privado mais próxima. A assembléia não discutiu o funcionamento dos caixas eletrônicos no auto-atendimento. Significa que em cada agência, a decisão está com os grevistas.

A decisão acompanha movimento já deflagrado em outras capitais e estados como Brasília, Salvador, Porto Alegre, Rio Grande do Norte e Maranhão, dentre outras bases de menor porte, onde a categoria está parada desde o dia 30, quando o Brasil dos bancários, Pernambuco junto, parou 24 horas: aqui 70% dos trabalhadores dos bancos federais cruzaram os braços e 20 agências privadas não funcionaram. O Rio de Janeiro, após três dias de paralisação, retomou o trabalho na última quinta. Soma-se aos demais estados que realizam assembléia na terça-feira, 07, para deliberar sobre greve a partir da quarta-feira, 08, conforme orientação do Comando Nacional - posição defendida pela diretora do Sindicato de Pernambuco.

Aqui, a decisão da assembléia refletiu de um lado, o longo processo de mobilização promovido pelo Sindicato, desde o início do ano. Mas, principalmente, o estado de acirramento de ânimo dos bancários, em particular nos bancos públicos, e sobretudo no Banco do Brasil e na Caixa. Estão no setor público 60% dos cerca de 11 mil trabalhadores em bancos no estado, e no Grande Recife 70% dos bancários dos bancos públicos e privados.

Desrespeito e indignação

Em sete rodadas de negociação, desde agosto, os banqueiros negaram praticamente todos os itens. O mesmo acontece nas mesas de negociações de questões específicas de cada banco. Na última rodada de negociação, em São Paulo, os patrões ofereceram 7,5% de reajuste para uma inflação acumulada de 7,15%, segundo o INPC - no período de 1º de setembro de 2007 a 31 de agosto de 2008. Nossa reivindicação é de 13,23% = inflação mais 5% de aumento real, equivalente ao crescimento do PIB nacional.

Mas não se trata, apenas, de aumento real, do qual não abrimos mão. É ponto de honra desta campanha a recuperação, mesmo que gradativa, do piso salarial, recusada pelos patrões: 50% da diferença entre o piso atual, de R$ 921,49 no setor privado, e o salário mínimo calculado pelo Dieese, já este ano; e cronograma para alcançar R$ 2.074,00 em três anos. A simplificação da PLR - Participação nos Lucros e Resultados, numa lógica linear que contemple o coletivo de trabalhadores = a três salários de cada trabalhador. A tudo isso a banca disse não.

Todas as reivindicações sobre saúde - incluindo combate ao assédio moral -, igualdade de oportunidades de oportunidades e segurança, também foram negadas. Não há condições de trabalho e os bancos se recusam a discutir emprego, quando contratar é fundamental para reduzir a sobrecarga de trabalho e melhorar o atendimento à população. "Os banqueiros apostam no confronto e terão a resposta que merecem. Nós estamos aqui para cumprir a decisão da assembléia, que é soberana", afirma Marlos Guedes, presidente do Sindicato.
  
Fonte: Sulamita Esteliam - Seec PE

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