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COE aguarda propostas concretas do Santander

As cláusulas econômicas e o fim da terceirização foram os temas centrais da quinta rodada de negociação específica entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e a direção do Santander, realizada nesta sexta-feira (23/8), em São Paulo. O encontro marcou também o fim da exposição da pauta de reivindicações dos funcionários, que esperam agora que o banco apresente respostas para a renovação do acordo coletivo de trabalho.

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Logo no início da reunião, os membros da COE manifestaram seu repúdio aos lamentáveis acontecimentos ocorridos na manhã de quinta-feira (22), quando dezenas de pessoas foram reprimidas pela Polícia Militar, com cassetetes, gás de pimenta e armas de choque elétrico ao exercerem seu direito constitucional de manifestação na unidade Radar Santander, em São Paulo.

Os protestos eram pelo fim da terceirização, pauta que foi reafirmada pelos representantes dos bancários. Na mesa, a COE exigiu que o banco cesse o processo de terceirização de suas atividades e disponibilize uma relação contendo os nomes, matrículas, datas de admissão, condição sindical, base sindical e local de trabalho de todos os empregados.

A COE também apresentou a reivindicação de que, durante a vigência do ACT, quaisquer modificações substanciais nas condições coletivas de trabalho ou reestruturações de mão de obra de caráter coletivo sejam precedidas de negociações com os representantes sindicais. O Santander deverá fornecer informações suficientes para assegurar o bom andamento dessas negociações.

Reivindicações econômicas

Entre as principais reivindicações econômicas, a COE destacou o Programa de Participação nos Resultados (PPR), propondo que em 2024 seja pago o valor de R$ 8.212,63, para todos os funcionários. O valor considera o lucro informado pelo banco. Os trabalhadores também pedem a implementação de uma bolsa de férias, cujo valor será concedido conforme o período de gozo das férias, previamente acordado com o gestor da área com uma antecedência mínima de dois meses.

Outra reivindicação importante é a isonomia de tratamento com os trabalhadores da matriz, como isenção total de tarifas bancárias e anuidade de cartões de crédito, tanto para empregados ativos quanto aposentados, além de taxas de juros para cheque especial, empréstimos e cartão de crédito e a criação de uma linha de crédito específica para a aquisição de moradia, com juros limitados a 4% ao ano, acrescidos da Taxa Referencial (TR).

"É lamentável que o Santander dê um tratamento diferenciado aos seus empregados no Brasil, com direitos a menos, em comparação com os funcionários da matriz, na Espanha. Precisamos intensificar a campanha com mobilização dos funcionários para arrancamos uma proposta digna de acordo ", afirmou José Antônio dos Santos, vice-presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e membro da COE Santander.

Empréstimo sem juros

A COE reivindicou ainda a concessão de empréstimos especiais sem juros para empregados que necessitem cobrir situações urgentes e justificadas, com valores equivalentes a até nove salários mensais. As justificativas incluem casamento, mudança de residência, falecimento de parentes próximos, acidentes, reformas habitacionais, desastres naturais, processos de divórcio, nascimento de crianças e doenças graves. Empréstimos menores, sem juros, equivalentes a até cinco salários mensais, também são solicitados para a aquisição de móveis, veículos e pagamento de impostos.

Todos os empréstimos terão amortização limitada a 10% do total dos recebimentos mensais do empregado e serão descontados em folha de pagamento ou debitados em conta corrente. Em caso de rescisão contratual, o saldo devedor poderá ser descontado das verbas rescisórias, com a autorização do empregado, até o limite de 30% da remuneração líquida mensal. O banco também oferecerá a opção de conversão para um empréstimo comercial consignado para pagamento do saldo remanescente.

Ao final do encontro, os representantes do Santander se comprometeram a apresentar uma proposta global para as reivindicações no início de setembro, em data a ser confirmada.

Além do vice-presidente da Feebbase, José Antônio dos Santos, o diretor do Sindicato da Bahia Adelmo Andrade também participou da negociação com o Santander.

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