Problemas de saúde mental lideraram afastamentos de bancários em 2024
Em 2024, os transtornos mentais se consolidaram como a principal causa de afastamentos entre os trabalhadores do setor bancário. Dados da plataforma Smartlab, com base nos registros do INSS, mostram que mais da metade dos afastamentos, tanto por acidentes de trabalho quanto por motivos previdenciários, ocorreram devido a quadros de saúde mental e comportamental.
As chamadas LER/DORT – lesões decorrentes de esforços repetitivos ou problemas osteomusculares ligados à rotina profissional – apareceram como a segunda causa mais frequente, embora com percentuais bem inferiores aos registrados pelas questões de ordem psicológica.
Nos últimos anos, o aumento de casos relacionados à saúde mental entre os bancários tem sido constante. Em comparação com 2012, houve crescimento expressivo na participação desse tipo de adoecimento no total de afastamentos do setor financeiro. Naquele ano, os problemas musculoesqueléticos lideravam as estatísticas, mas essa realidade mudou ao longo do tempo.
Mesmo representando menos de 1% dos empregos formais no país, a categoria bancária foi responsável por uma proporção desproporcional de afastamentos em 2024, respondendo por quase 3% dos casos registrados por acidentes de trabalho. Isso reforça a preocupação com o ambiente de trabalho no setor financeiro, caracterizado por metas intensas e pressão constante, fatores frequentemente apontados como gatilhos para o adoecimento psicológico.
O tema será um dos pontos centrais na reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, marcada para a próxima segunda-feira (30), em São Paulo. O objetivo da categoria é exigir ações concretas para combater o adoecimento relacionado ao trabalho nos bancos.
Avanços recentes na Convenção Coletiva de Trabalho, como a inclusão de cláusulas específicas sobre combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência, são resultado da mobilização da categoria. Pela primeira vez, o termo "assédio moral" foi formalmente reconhecido nesse acordo, abrindo espaço para iniciativas como canais de denúncia dentro das instituições financeiras.
Fonte: Contraf Cut (https://contrafcut.com.br/)