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Sindicatos pressionam Santander por transparência em meio a demissões e lucros crescentes

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) intensificou sua atuação contra o Banco Santander, cobrando explicações e maior diálogo em face de uma onda de demissões e fechamentos de agências, que contrasta visivelmente com os robustos resultados financeiros da instituição. Em uma reunião recente, realizada em São Paulo, representantes dos trabalhadores manifestaram profunda preocupação com as consequências dessas medidas para os bancários.

O Santander registrou um lucro líquido gerencial de impressionantes R$ 11,529 bilhões nos primeiros nove meses de 2025, um aumento de 15,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, esse desempenho financeiro foi acompanhado de uma significativa redução de pessoal: 3.288 postos de trabalho foram eliminados nos últimos 12 meses, com 2.171 cortes somente no terceiro trimestre deste ano. Além disso, 585 pontos de atendimento foram fechados no mesmo período, gerando um cenário de incerteza e sobrecarga para a categoria.

A delegação da COE apresentou um panorama crítico sobre o impacto dessas reestruturações. A diminuição do quadro funcional e o encerramento de unidades resultaram em uma intensificação da carga de trabalho, aumento de casos de doenças ocupacionais e um ambiente laboral pautado por metas agressivas e equipes subdimensionadas. Este cenário contradiz qualquer discurso de "eficiência" e expõe o descompasso entre a política do banco e o bem-estar de seus colaboradores.

Diante disso, a COE exigiu do Santander uma série de compromissos: justificativas claras para os desligamentos, acesso completo à estrutura organizacional do banco, informações detalhadas sobre os CNPJs envolvidos e os trabalhadores afetados, e o fim da fragmentação que precariza os direitos trabalhistas. Adicionalmente, foi pleiteada a imediata abertura de mesas de negociação focadas em saúde, diversidade e segurança bancária, áreas que vêm acumulando pendências sem soluções efetivas. As primeiras rodadas de discussões foram agendadas para dezembro e janeiro.

A resposta do Santander, contudo, foi considerada insuficiente pela COE. O banco anunciou uma "recarteirização" sem fornecer detalhes substanciais, o que, para os trabalhadores, apenas reforça a postura unilateral e a falta de transparência nas decisões estratégicas. A comissão reafirmou, categoricamente, que qualquer mudança estrutural de tal envergadura deve ser precedida por um debate aprofundado e pautada pela responsabilidade social.

A COE permanece atenta e mobilizada, reforçando seu compromisso em defender os direitos dos trabalhadores e assegurar que as reestruturações sejam conduzidas de forma transparente e negociada, evitando que o lucro do banco se sobreponha à dignidade de seus funcionários.

Fonte: Sindicato dos Bancários da Bahia (https://www.bancariosbahia.org.br/)

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