Superávit da Cassi: recursos devem ser aplicados na melhoria dos serviços
A falta de médicos é um problema recorrente na Cassi, atingindo todo o país, especialmente no interior dos estados. Associados de diversas regiões do país sofrem com a falta de médicos e especialistas, tendo que se deslocar para fora de sua cidade para conseguir atendimento. Outra demanda que não foi ainda atendida é a implantação do plano odontológico, antiga reivindicação dos funcionários e que vem sendo discutida nas campanhas dos últimos anos.
Além disso, a gestão atual da caixa de assistência tem levado outros problemas para os associados, como a desarticulação das equipes NEPA (formadas por nutricionista, enfermeiro, psicólogo e assistente social), base do modelo de atendimento integral à saúde. Pelo critério estabelecido na nova estrutura organizacional da Cassi, estes profissionais só serão contratados em uma determinada região a partir do momento em que ela registrar um determinado número de pessoas cadastradas na estratégia de saúde da família. Onde esse número não foi atingido, as equipes foram desfeitas, com demissão de profissionais.
Com isso, o atendimento destas regiões pela estratégia saúde da família acaba ficando prejudicado, levando os associados a se afastarem do modelo, voltando para o modelo curativo. Esse critério burocrático para definir a criação ou não das equipes NEPA acaba criando um círculo vicioso contra a estratégia de saúde integral: a falta de pessoas cadastradas inviabiliza a criação das equipes, o que diminui a qualidade do serviço, afugentando os associados, prejudicando a estratégia como um todo e favorecendo o modelo curativo.
Outro problema é que o novo modelo não leva em consideração o fato de o Banco do Brasil estar adquirindo outras instituições financeiras, sendo que os funcionários agregados passarão a ser associados da Cassi. Um exemplo dessa falha pode ser visto no caso do núcleo de Chapecó (SC), fechado recentemente. Com a vinda dos funcionários do Banco dos Estado de Santa Catarina (BESC), recentemente adquirido pelo banco, é possível que a região volte a ter o número de associados definido como limite para instalação da clinicassi. Entretanto, a equipe já foi desfeita e será necessário começar tudo novamente, com custos de treinamento, localização etc., tudo por conta de um mau planejamento.
Fonte: Contraf
