Aposentados: cerca de 25% voltam ao mercado de trabalho
Pesquisa realizada pela Fecomercio-RJ (Federação do Comércio do Rio de Janeiro), mostra que de cada quatro aposentados com média de idade em torno dos 55 anos, um volta ao mercado de trabalho.
De todos os aposentados que retornam, 59% procuram trabalhar por conta própria - formalmente -, o que representa crescimento de 5,2 pontos percentuais em relação à mesma pesquisa realizada em 2006, quando 53,8% deram a mesma declaração.
Outros 24,4% preferiram buscar uma segunda remuneração no mercado informal, contra 18,8% no ano passado.
A maioria dos aposentados que retornam ao mercado de trabalho, o fazem por necessidade ou porque querem aumentar o poder aquisitivo.
Diminuição
A boa notícia é que o número de aposentados que declararam trabalhar por necessidade diminuiu em relação ao ano passado: 65,4% contra 72,5%.
Além disso, a permanência em algum tipo de atividade profissional permitiu que a maioria conseguisse ao menos dobrar o seu orçamento: 42,3% têm, segundo a pesquisa, faixa salarial maior do que a aposentadoria ou pensão e 17,9% têm rendimento igual.
A pesquisa também constata que 75% são chefes de família e recebem a única ou maior remuneração dentro do ambiente doméstico e que 42% consomem a maior parte da renda com alimentação, enquanto para 24,6% os principais gastos são com remédios.
A maioria, 59,1%, afirmam não ter nenhuma doença crônica, mas dos que sofrem de alguma enfermidade, 93,3% gastam, em média, R$ 281,11 com remédios.
Experiência é vantagem para quem já se aposentou
Apesar da idade e, em muitos casos, das marcas de anos e anos de trabalho, os aposentados possuem a favor deles uma carga de experiência cobiçada por muitas empresas.
Um exemplo disso foi o acordo que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fez com os dirigentes da Volkswagen, que permitiu a contratação de cerca de 350 profissionais já aposentados para trabalharem pelo período de um ano.
Sindicato e montadora haviam fechado programa de demissão voluntária que vigoraria até dezembro de 2008. No entanto, a situação do mercado melhorou, as empresas começaram a bater recordes de produção e precisaram contratar mais funcionários.
A necessidade era tanta que não foi possível chamar apenas trabalhadores jovens para as linhas de produção.
'As contratações tiveram início há três meses e o contrato finda em junho de 2008. São profissionais com, no máximo, 55 anos, e especializados em funções raras fora das montadoras, como funilaria de brilho', explicou o vice-presidente do Sindicato, Francisco Duarte de Lima, o Alemão.