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Aumenta o número de crianças escolarizadas no ensino primário

Adital - O número de crianças escolarizadas no ensino primário aumentou de 647 para 688 milhões entre 1999 e 2005. Apesar disto, as políticas de educação seguem prestando uma atenção mínima ao analfabetismo: um de cada cinco adultos (e uma de cada quatro mulheres) são mantidos na ignorância. Os dados são do sexto Informe de Seguimento da Educação Para Todos (EPT) no Mundo, apresentado pela UNESCO.

O Informe avalia em que medida foram cumpridos os compromissos assumidos por 164 governos e organizações associadas do mundo inteiro de aumentar em proporções espetaculares, até 2015, as possibilidades de educação oferecidas às crianças, jovens e adultos. O compromisso foi firmado no Fórum Mundial sobre a Educação de Dakar (Senegal), em 2000, durante o qual os participantes reiteraram a importância de adotar medidas especiais para levar a educação aos grupos sociais mais pobres, vulneráveis e desfavorecidos.

Os resultados estão reunidos no Informe de Seguimento da Educação Para Todos (EPT) no Mundo, que aponta para o que chama de "efeito Dakar". Segundo o documento, os resultados mostram que, desde 2000, muitos governos têm adotado estratégias para colocar a educação ao alcance das famílias mais pobres e fomentar a escolarização das meninas.

A taxa total de escolarização no primário aumentou de 83% para 87% entre 1999 e 2005, isto é, mais rapidamente que no período 1991-1999. O número de meninos escolarizados aumentou com maior rapidez na África Subsahariana (23%) e Ásia Meridional e Ocidental (11%). Entre 1999 e 2005, o número de crianças sem escola foi reduzido em 24 milhões e passou a ser de 72 milhões. Cerca de 37% do conjunto de crianças sem escola se concentra em 35 Estados frágeis.
 
De outro lado, o Índice de Desenvolvimento da EPT (IDE) mostra que só 51 países, sobre um total de 129, conseguiram ou estão a ponto de conseguir os quatro objetivos mais quantificáveis da EPT: a universalização do ensino primário, a alfabetização dos adultos, a paridade entre os sexos e a qualidade da educação. Outros 53 países se encontram em uma posição intermediária e 25 distam muito de alcançar os objetivos da EPT em seu conjunto.

Para os governos que não alcançaram seus objetivos, o custo da escolaridade segue sendo um obstáculo importante para o acesso à educação de milhões de crianças e jovens, apesar da supressão dos direitos de matrícula no primário decretada em 14 países depois do ano 2000. Entre 2000 e 2004, multiplicou-se mais de duas vezes a ajuda prestada à educação básica nos países de baixa renda, mas em 2005 diminuiu consideravelmente.

Sobre a universalização do ensino primário, 23 países que no ano de 2000 careciam de disposições legais relativas à obrigatoriedade do ensino primário, a instauraram desde então. Hoje em dia, 95% dos 203 países e territórios estudados contam com leis que impõem o ensino obrigatório.

O documento informa também que, à medida que os sistemas de educação vão se desenvolvendo, os governos têm que enfrentar problemas mais complexos e específicos tais como o aumento do número de alunos e a diversidade da população escolar, o que demanda conseguir ao mesmo tempo que todos as crianças e jovens, seja qual seja seu meio social de procedência, possam ter acesso a uma educação de qualidade.

"Dessa forma, devem fazer frente aos desafios de nossa época: a rápida urbanização, a pandemia do VIH/SIDA e as exigências das sociedades do conhecimento", destaca o informe.

Segundo o documento, o objetivo da paridade entre os sexos não foi alcançado. Em 2005, os dados disponíveis indicam que só um terço aproximadamente dos países alcançou esse objetivo no ensino primário e o secundário. Desde 1999, só três países mais conseguiram o objetivo nesses dois níveis de ensino, 17 países mais o conseguiram no primário e outros 19 mais no secundário.

Apesar de haver mais crianças escolarizadas hoje em dia que no ano de 2000, o Informe chama atenção para o esforço que deve ser desprendido para os 72 milhões de crianças sem escola, para esse 20% da população adulta mundial que carece de competências básicas em leitura e escritura e para o grande número de alunos que saem da escola sem ter adquirido conhecimentos e competências práticas essenciais.

O informe completo pode ser lido aqui:
http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001548/154820s.pdf

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