Aumento de internações de crianças surpreende especialistas
À medida que a variante ômicron avança no país, hospitais públicos e privados já registram aumento de diagnósticos e de atendimento de crianças com covid, além da tendência de alta em internações.
O número surpreende especialistas que não verificaram este fenômeno em outras ondas da pandemia, por ser uma população mais resistente ao vírus. Acredita-se que com a alta taxa de vacinação de adultos, aqueles não vacinados acabam ficando mais vulneráveis ao agravamento da doença.
Os sintomas mais frequentes nas crianças são os respiratórios, como coriza, tosse e dor de garganta, mas há também muitas crianças com sinais gastrointestinais, como diarreia, vômitos e dor abdominal. Segundo médicos, muitas famílias relatam que apenas a criança de todo o grupo residencial está com sintomas, já que os adultos estão vacinados.
A vacinação para crianças de 5 a 11 anos coemçou em todo o país esta semana, após tentativas do governo Bolsonaro de atrasar o processo.
Com a apgão de dados do Ministério da Saúde, não há dados recentes sobre a internação de crianças por covid-19, mas hospitais de todo o país observam o aumento de casos.
O temor dos especialistas é que o Brasil enfrente uma situação parecida com os Estados Unidos, que, diferente do Ministério da Saúde, computa o número de internações de crianças com covid desde o início da pandemia. Lá, o aumento foi de 64% nos contágios em crianças na semana passada, comparado à semana anterior.
Nos Estados Unidos, crianças e adolescentes menores de 18 anos representavam menos de 1% dos infectados no início da pandemia. Agora, são 23%. Houve 1.045 mortes nessa faixa etária por covid desde o início da pandemia. No Brasil, são 2.178 mortos com menos de 18 anos.
As crianças raramente precisam ser internadas por covid, no entanto, com a aceleração descontrolada de contágios, 1% de internações acabará representando muita criança hospitalizada.
Para piorar, o início das aulas está próximo e grande parte das crianças vai voltar às escolas com apenas uma dose ou nenhuma, já que haverá uma estratificação por grupo de risco para aplicação da vacina. As escolas têm demonstrado dificuldade em garantir os protocolos de proteção a crianças e servidores, como uso de máscaras, higienização, ambientes ventilados e afastamento de sintomáticos.
Com isso, as crianças (e adultos não-vacinados) acabam se tornando os vetores de variantes do novo coronavírus.
